
Nos últimos anos, a discussão sobre igualdade de gênero e empoderamento feminino tem ganhado destaque em todo o mundo. E no ABC não é diferente, cada vez mais, os municípios têm observado aumento no índice de mulheres que buscam trabalho e ampliado a gama de cursos de capacitação para este público.
Empresas, instituições de ensino e as próprias prefeituras têm se esforçado em oferecer vagas e aumentar o investimento na capacitação de mulheres, com objetivo de ampliar a presença feminina em setores tradicionalmente dominados por homens.
Em Santo André, o investimento profissional para este público deu um salto ao ser anunciado um curso voltado para mulheres motoristas – que possuem habilitação nas categorias D e E. Se trata de um treinamento inédito no ABC para operadoras de transporte, com meta de abrir portas para a inserção das mulheres como força de trabalho neste setor.
Na cidade ao lado, em São Bernardo, são ofertados alguns cursos em parceria com o Sebrae, mas entre a variedade de áreas designadas para as mulheres explorarem no curso de capacitação ainda é rasa. Constam como opções: cursos de maquiagem e cabelo para festas e eventos, design de sobrancelhas e técnicas de manicure e pedicure. Em nota, a Prefeitura afirma promover feirões específicos e manter serviços de apoio ao emprego, mas não detalhou quais são as vagas ofertadas.
Já em Diadema, são cerca de 40 capacitações gratuitas em diferentes áreas, entre elas: a Oficina de Tranças – que atua no eixo da economia criativa; Oficina de Costura e oficinas para as mulheres 60+ (bordado, artesanato, patchwork e outras). Em Rio Grande da Serra, o Programa Próspera Família também oferta capacitação, mas a Prefeitura não detalhou quais são os cursos e vagas disponíveis. Para além das aulas, a cidade também oferece bolsa mensal para mulheres com renda familiar de até R$ 210.
Inclusão
Na visão da Gerente de Gente e Gestão do Centro Universitário FMABC, Monica Cristina de Souza Carvalho, a capacitação de mulheres é uma medida que influencia e afeta em diversas questões. “Ao terem acesso ao mercado de trabalho, mulheres qualificadas acessam uma melhor remuneração e oportunidades que às tornam independente financeiramente para fazerem escolhas e tomarem decisões sobre suas vidas”, afirma.
Quanto aos benefícios da capacitação e inclusão, Monica defende não se tratam apenas de uma vantagem para as próprias mulheres, mas também para as empresas. A gerente diz acreditar que ambientes diversos e inclusivos tendem a gerar conteúdos mais inovadores, pois a diversidade de cotidianos e pontos de vista traz consigo múltiplas perspectivas.
“Há uma melhor tomada de decisões, aumento da produtividade, retenção de talentos, melhoria e equilíbrio do ambiente de trabalho”, afirma a gerente ao reiterar que são benefícios que trazem sucesso e a sustentabilidade das empresas e negócios no longo prazo.
Questionadas sobre os cursos de capacitação, as prefeituras de Mauá, São Caetano e Ribeirão Pires não se manifestaram.