O estímulo em pesquisa é um dos principais desafios da pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, atualmente comandada pelo ex-reitor da USP (Universidade de São Paulo), Vahan Agopyan. Pela primeira vez, em 2023, uma universidade brasileira figurou entre as cem melhores do mundo. A USP foi classificada na 85ª posição no QS World University – considerado um dos mais importantes rankings universitários do mundo. “A avaliação internacional é importante porque aponta os pontos fracos e fortes das nossas universidades”, afirma o secretário.

Orçamento destinado às três universidades paulistas: USP (Universidade de São Paulo), UNESP (Universidade do Estado de São Paulo) e UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) beira os R$ 20 bilhões. “O estado investe cerca de 7% da sua arrecadação no ensino superior”, diz Vahan. Já a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) recebe 1% de todo orçamento do estado. “Somos um estado que investe em ciência, tecnologia e inovação e prestigia o ensino superior”, atesta.
Atualmente, 50% das vagas das três universidades são reservadas para alunos oriundos do ensino público. “O grande desafio é estimular o aluno da escola pública a prestar o vestibular da faculdade pública”, explica o chefe da pasta. “Temos outro desafio pois, não basta recebê-los, eles também precisam ter condição de se manter”, reflete sobre o fato de muitos estudantes também precisarem trabalhar para ajudar no orçamento doméstico.
Sobre a internacionalização, o secretário acredita que sem desenvolvimento econômico e social, os jovens não terão oportunidades no Brasil e vão procurar desafios fora do país. “Só não perdemos mais ‘cérebros’, pois vários trabalham em empresas internacionais com sede no Brasil”, comenta. “Nossos profissionais tem que ser competitivos internacionalmente, é a globalização”, pondera.
Buscando atingir essa meta, desde o começo da gestão a pasta estabeleceu parcerias com institutos internacionais como, por exemplo, o Instituto Pasteur. Na primeira semana de outubro, outro importante convênio será assinado com o Instituto Senerrés, que abrirá um centro de pesquisa na USP, voltado prioritariamente à área de humanas. Na área de oncologia existem tratativas para, em breve, trazer o instituto de engenharia genética italiano, localizado no município de Trieste.
O Estado também se dedica a colocar empresas e governo em contato com os pesquisadores. A FAPESP, por exemplo, desenvolve um programa chamado Ciência para o Desenvolvimento, em que os demais secretários de governo levantam as respectivas necessidades de suas pastas. “Ou seja, o próprio estado está aprendendo a usar sua estrutura”, conclui Agopyan.