
Desde março deste ano começaram a circular em testes os primeiros ônibus elétricos com baterias no ABC. Hoje já são 18 veículos transportando milhares de passageiros diariamente com conforto, silêncio e sem emissão de gases poluidores. Há dois fabricantes que estão buscando espaço para essa tecnologia na região; a empresa 100% nacional Eletra, com fábrica em São Bernardo, cidade onde a frota da BR7 Mobilidade tem sete veículos circulando, e outros onze coletivos são utilizados pela viação Suzantur em Diadema, Mauá e Santo André e são da marca chinesa BYD com carroceria brasileira da Caio.
A operação dos veículos elétricos em São Bernardo começou no fim do primeiro semestre na Linha 20 (Parque Imigrantes/Paço). “Nesta etapa de implementação, são sete ônibus modernos, com autonomia de aproximadamente 250 quilômetros, com emissão zero de gás carbônico (CO²) e outros poluentes. Trata-se de um processo de substituição gradativa dos atuais veículos a diesel – de 400 no total. O investimento é da ordem de R$ 2,5 milhões para aquisição de cada veículo, totalizando um volume de R$ 17,5 milhões nesta fase. Juntos, os ônibus cumprem itinerário de aproximadamente 100 viagens por dia e tem demanda diária de cerca de 4.000 usuários”, explicou a prefeitura, em nota.
Os coletivos da BYD têm a mesma autonomia dos Eletra. “Entre as vantagens do modelo D9A da BYD estão a suspensão pneumática dianteira e traseira que proporciona maior conforto para os passageiros e o sistema de freios a disco com ABS e sistema regenerativo, que confere maior segurança e autonomia ao veículo. A coluna de direção regulável do D9A permite o ajuste de acordo com as características de cada motorista, o que atende a ergonomia. O modelo tem emissão zero de CO² e totalmente silencioso. A bateria tem até 250 km de autonomia, com baixo custo de manutenção”, informa a BYD. Um veículo elétrico deixa de emitir por ano 125 mil kg de CO², equivalente ao plantio de 892 árvores.
O gerente de operações da Suzantur, Robson de Jesus Francisco, diz que só tem recebido elogios de funcionários e de usuários do sistema. “A aceitação é muito boa, tanto por parte dos motoristas como dos passageiros. São veículos silenciosos, bons de torque e confortáveis. Só temos elogios”, disse. O gerente, no entanto, diz que não consegue comentar quanto aos custos desta operação, visto que os veículos elétricos são muito mais caros que os convencionais à diesel.

Francisco conta que os veículos estão rodando desde março em Diadema e Mauá sem problemas e mais recentemente um foi colocado em Santo André. “Nós colocamos em linhas mais planas, não porque ele não tenha força para subir bem, mas por causa do piso baixo e das baterias que ficam na parte de baixo também, que neste momento ainda não colocamos em outras linhas”, comenta.
Em Mauá os ônibus operam as linhas 084 Zaíra-Centro e 131 Itapeva – Centro. Em Diadema a prefeitura informou que os seis ônibus elétricos da frota municipal operam as linhas 24DP e 11P.
A prefeitura de Santo André diz que o ônibus em testes visa a coleta de dados e que pretende aumentar a oferta de veículos do tipo. “A Prefeitura de Santo André, por meio da SATrans, informa que atualmente existe um veículo elétrico cadastrado na frota e em plena operação. Novos testes estão sendo realizados para aumentar o número de carros elétricos na frota. Em resultados preliminares, o estudo revelou que algumas linhas municipais comportam o ônibus de piso baixo e, diante disso, modelos com pisos mais altos começaram a ser estudados para implementação posterior. A pesquisa para viabilizar uma frota mais sustentável continua e deve avançar nos próximos meses”, diz nota da administração andreense.
O RD procurou os municípios para que falassem dos planos para a implantação de veículos elétricos. São Caetano disse que não tem esse tipo de coletivo na cidade e ainda não tem planos de implantação. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não responderam.