O empresário Milton Bigucci, fundador e presidente da construtora MBigucci diz que família e negócios podem dar certo sim, exemplo disso é o sucesso da empresa familiar que está completando 40 anos, com 470 empreendimentos entregues e que comemora o sucesso também da diversificação do ramo de atuação, com o lançamento de condomínios empresariais e também a Big Tec, empresa de geração de energia solar.
Ao participar do RDTv Momento Econômico, Bigucci disse ao jornalista Carlos Carvalho, que não imaginava o crescimento vertiginoso que a empresa teria quando iniciou o negócio com apenas um prédio de quatro andares e 16 apartamentos. Hoje cerca de 30 mil pessoas vivem em um empreendimento da MBigucci. “Eu nem imaginava que a gente ia chegar a 40 anos e do jeito que veio. Começamos com um predinho muito pequeno com 16 apartamentos, quatro andares, sem elevador, na vila Liviero, na divisa de São Bernardo com São Paulo, começamos assim, hoje estamos com milhares de unidades, um número absurdo, que eu nunca imaginei que a gente ia chegar. Temos hoje 470 empreendimentos”.
Milton Bigucci diz que a ideia inicial foi a de fazer uma empresa que construísse casas que a população pudesse comprar. “Às vezes a população não tem a condição de comprar o apartamento, isso me parece um absurdo. Temos um grande problema no país ainda que se chama burocracia pública, isso amarra o trabalho e o encarece porque tem muito detalhe na parte da organização e da gestão. Temos que simplificar tudo aquilo que diz respeito à execução e à venda de um apartamento”, aponta o empresário.

O presidente da empresa de construção diz que foi chamado de louco quando deixou um emprego de diretoria na Mercedes Benz para se dedicar à área que gostava. Primeiro em uma empresa como diretor depois fundando a sua própria construtora. “Eu era empregado da Mercedes havia cinco anos, como escriturário, auditor e fui indo até que cheguei a ser assessor da diretoria. Pedi demissão para ir trabalhar na Itapuã, onde eu tinha começado na Construção Civil. Meus amigos, quando eu pedi demissão para voltar para a Itapuã, disseram que eu era louco de pedir a conta para investir numa coisa que não sabia se daria certo. Voltei e fiquei uns 20 anos lá com eles como diretor. Eu acho que acertei na mosca. Depois de 20 anos de Itapuã eu pedi a conta para abrir a minha construtora. Fizemos ainda um ou dois prédios juntos depois que eu saí, mas aí a coisa começou a andar e meus filhos começaram a participar e a trabalhar, todos os meus quatro filhos mais o sobrinho começaram a trabalhar comigo e as coisas começaram a evoluir”, diz Bigucci.
Há muito folclore sobre trabalhar em família, que negócios não devem se misturar com a relação familiar, a família Bigucci prova o contrário. O fundador da empresa diz que a empolgação dos filhos em trabalhar na construtora foi uma motivação a mais para continuar crescendo. “Isso para mim foi um orgulho, então eu tenho a família do meu lado sempre, eu continuo trabalhando, não tem nada que ficar descansando em casa, porque eu não gosto disso, acho que tem que fazer as coisas evoluírem e deu certo”, diz o empresário de 81 anos que mantém sua rotina diária na empresa.
Os filhos hoje todos diretores da MBigucci, cada um em sua área, começaram jovens, por volta dos 13 anos na construtora, primeiro como office boys, depois trilhando seu caminho dentro da companhia e a bola agora está com os netos, que também já fazem parte da equipe. “Já tem uma meia dúzia de netos trabalhando aqui. E eu tenho que agradecer a Deus, à minha mulher Suely e a todo mundo, aos filhos, aos amigos, porque a gente é muito unido e isso tudo é uma vantagem, família não pode ficar brigando”, diz Bigucci.
A ligação de família e negócio na MBigucci é algo muito natural e funciona muito bem. Até o local onde a família viveu por mais de duas décadas, no bairro do Rudge Ramos, em São Bernardo será um novo empreendimento da MBigucci. O Stylo MBigucci é um dos mais novos lançamentos e as obras já tiveram início. O empresário conta como foi a decisão por transformar o local em mais um marco da empresa. “Dois dos meus filhos nasceram ali os outros já eram nascidos, mas fomos tão felizes ali, onde moramos por 20 e poucos anos e pensei em alugar, mas aquilo tem um valor muito grande para mim então resolvi fazer um empreendimento. Foi um lançamento espetacular, estamos fazendo as fundações agora e o volume de vendas foi espetacular. Porque é um local muito bom e que dá sorte também, isso é importante”, relata.
Essa relação de família, também de proximidade com os colaboradores e clientes é considerada um diferencial. “Tenho amigos que já compraram da MBigucci quatro, cinco apartamentos, para a família, avô, neto, por causa da seriedade deste trabalho. Isso faz com que a gente esteja sempre entusiasmado. Eu me entusiasmo muito. Eu nunca deixei de estar presente numa entrega de empreendimento, para falar com as pessoas. Mostrar que somos uma empresa muito séria, que nasceu do nada, fazendo um predinho. Hoje 30 mil pessoas moram em um MBigucci, isso é maior do que a população de muitas cidades brasileiras”, diz o fundador da construtora.

Além dos lançamentos no ABC, na Capital e no litoral, a MBigucci voltou-se na última década também ao segmento dos centros logísticos. O primeiro foi construído em Diadema e foi um sucesso tão grande de comercialização que abriu espaço para outros empreendimentos, um em São Bernardo, na avenida Caminho do Mar e outro ainda maior, o MBigucci Business Park, cuja primeira fase foi inaugurada em agosto, e que fica na Avenida do Estado, em Santo André. Este último tem previsão para mais duas fases, a segunda já teve as obras autorizadas e deve ser entregue em 12 meses.
Além dos centros logísticos a MBigucci fez uma recente parceria com o Colégio Ábaco, e graças a ela uma nova unidade educacional foi entregue. A construtora continua sendo o principal braço de negócios da companhia e para onde a maior parte dos recursos são canalizados, porém há sempre espaço para parcerias, como diz o fundador. Outra vertente que o grupo tem abraçado é a de energia fotovoltaica. A Big Tec, uma das empresas do grupo, uma ideia do filho Milton Bigucci Júnior, aproveita os telhados dos condomínios empresariais para a instalação de placas para a captação de energia solar.
“Acabamos de entrar em um negócio de educação. Com o Colégio Ábaco, fizemos uma parceria e acabamos de montar o prédio e as aulas começam em 2024. A logística foi outro negócio que deu certo, dizemos em Diadema e alugou tudo, fizemos em São Bernardo, na avenida Caminho do Mar, onde hoje é tudo logística e o maior de todos foi esse que lançamos em Santo André, na avenida dos Estados. O Business Park Santo André fica em um terreno de 110 mil metros quadrados. Construímos a primeira fase e esses galpões foram alugados em praticamente 20 dias. Já autorizei a fazer a segunda etapa e daqui doze meses vai estar pronta. A Big Tec foi ideia do Júnior, que usa todo o telhado desses galpões para produzir energia, entramos num ramo hoje e daqui a pouco entramos em outro. Eu adoro trabalhar, produzir, dar emprego, tenho um relacionamento muito bom com meus empregados. A coisa tem funcionado e isso é um incentivo para mim”, completa o empresário.