
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (27/10) novos da dados do Censo 2022. Desta vez o foco foi a população idosa, ou seja, com 65 anos ou mais. No Brasil houve um crescimento de 57,4% no número de idosos no comparativo com o Censo 2010. No ABC, o crescimento foi de 73,83% no mesmo período.
Há 12 anos, o ABC contava com 2.551.328 habitantes, sendo que 184.444 tinham 65 anos ou mais. Em 2022, a população subiu para 2.696.530 e o número de idosos alcançou a marca de 320.622. Se em 2010 as pessoas acima de 65 anos representavam 7,22% do total, o último levantamento apontou que que está representação aumentou para 11,89%.
Diadema foi a cidade em que houve o maior aumento no número de idosos com 94,8%, saindo dos 18.479 para 35.998. São Caetano foi a que apresentou a menor alta no comparativo, com o aumento de 43,06%, saindo dos 20.728 para 29.655. Confira abaixo o aumento em cada município.
IDOSOS | 65+/2010 | 65+/2022 | DIFERENÇA |
DIADEMA | 18.479 | 35.998 | 94,80% |
MAUÁ | 21.817 | 39.799 | 82,42% |
RIBEIRÃO PIRES | 7.855 | 14.653 | 86,54% |
RIO GRANDE DA SERRA | 2.211 | 4.063 | 83,76% |
SANTO ANDRÉ | 63.056 | 101.484 | 60,94% |
SÃO BERNARDO | 50.298 | 94.970 | 88,81% |
SÃO CAETANO | 20.728 | 29.655 | 43,06% |
ABC | 184.444 | 320.622 | 73,83% |
Fonte: IBGE
O IBGE também divulgou os dados sobre o índice de envelhecimento na região. Este dado é a comparação do número de pessoas com 65 anos ou mais por cada 100 que tem até 14 anos. São Caetano tem o maior índice com 117,03, seguida por: Santo André com 83,84; Ribeirão Pires com 74,62; São Bernardo com 68,28; Mauá com 51,26; Diadema com 50,25; e Rio Grande da Serra com 46,36.
Envelhecimento
As razões para o aumento do índice de envelhecimento da população brasileira são diversas. Segundo a geriatra e coordenadora do Centro de Longevidade Ikigai do Hospital Japonês Santa Cruz, Sumika Mori, há três pilares que podem influenciar nos números elevados apresentados pelo IBGE: melhora nas condições sanitárias ao longo dos anos, desenvolvimento econômico e avanço na medicina.
Neste último, Sumika diz que o conhecimento sobre hábitos danosos como a falta de exercícios físicos e o consumo de cigarro possibilitaram maior longevidade aos idosos de hoje, favorecendo as estatísticas. “Uns 30 a 40 anos atrás não se falava sobre a prática de exercícios como um meio de saúde importante. Então o avanço na medicina em entender como cuidar melhor do organismo contribui para a longevidade”, explica.
Análise
O professor do curso de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) e da Fundação Santo André, além de Conselheiro do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo), Antônio Fernando Gomes Alves, fez uma análise dos dados nacionais divulgados pelo IBGE.
“Verificando os dados do Censo 2022 recém-divulgados no que diz respeito ao índice de GINI sobre a distribuição do rendimento domiciliar, houve uma mudança. Dados de 2012, o indicador apresentou nível Brasil (0,540) e as regiões apresentaram o seguinte quadro (Norte – 0,543); (Nordeste – 0,546), (Sudeste – 0,516) e (SUL – 0,477). Para o cenário de 2021 o indicador Brasil subiu para (0,544) e as regiões apresentaram indicador (Norte – 0,528); (Nordeste – 0,556), (Sudeste – 0,533) e (SUL – 0,462)”, iniciou.
“Observe que o indicador está no intervalo de 0 (zero) a 1 (um) e, quanto mais próximo de zero, melhor o cenário e mais próximo de 1, pior o cenário. Observe que as regiões Norte e Sul apresentaram melhoras na distribuição de renda, enquanto as demais regiões pioraram na distribuição de renda”, seguiu.
“O nível Brasil seguiu a tendência da maioria das regiões. Convém esclarecer que o índice de Gini é para medir o grau de concentração de renda em determinados extratos grupais. Região com indicador menor, melhor distribuição de renda, região com indicador maior, pior distribuição de renda”, apontou.
“Os números de óbitos no Brasil foram impressionantes, principalmente durante a pandemia. Para os anos foram: 2019 de 1.349.801; 2020 de 1.556.824; 2021 de 1.817.908 óbitos. Os maiores acréscimos foram registrados na população acima de 50 anos ou mais. Entre 50 – 59 anos em 2010 foi de 141.676, enquanto em 2021 de 239.001. Entre 60 – 69 anos em 2010 – 180.481; em 2021 – 347.656; para os idosos entre 70 – 79 anos em 2010 – 230.893 e em 2021 – 386.976. Para a população de 80 anos ou mais em 201 – 292.216 e em 2021 – 499.767. Importa dizer que a predominância de óbitos por sexo se deu na maioria na população masculina”, concluiu.
(Colaborou: Henrique Araújo)