Nesta terça-feira (14/11), é celebrado o Dia Mundial do Diabetes, data de aniversário de Sir Frederick Banting, co-descobridor da insulina, juntamente com Charles Best, em 1921. A descoberta da insulina foi um grande passo para o tratamento, pois o diabetes é uma doença fatal. Isso porque seu tratamento consistia em uma dieta isenta de carboidratos, associada à ingestão calórica mínima. O resultado eram danosos ao corpo humano. Hoje em dia, os tratamentos se tornaram muito mais eficientes, práticos e confortantes ao paciente. Um exemplo da evolução é a chegada no Brasil da Minibomba Accu-Chek Solo, da farmacêutica Roche. O aparelho de insulina pode ser colocado e retirado do corpo a qualquer momento e funciona sem fio, e é o primeiro do gênero a funcionar no Brasil.
Em entrevista ao RDtv, a endocrinologista Monica Gabbay explica que o segredo da nova bomba de insulina é a praticidade do paciente em relação à quantidade de doses de insulina. O cérebro da bomba fica no celular, o paciente pode medir a glicose que tem no momento, digitar o quanto vai comer, e através de bluetooth, a ordem é aceita e a insulina é liberada. Então isso promove uma grande flexibilidade e qualidade de vida para aqueles que precisam da reposição de insulina. Além da praticidade do aparelho, Gabbay acrescenta que o aparelho evita erros na hora da injeção da insulina. “A grande dificuldade das pessoas que fazem o controle de múltiplas insulinas é acertar a dose correta na hora das refeições. Com a nova bomba de insulina é diferente, isso porque ela é discreta e o paciente só precisa se preocupar em colocar o que vai comer e apertar o comando da ação”, frisa.
Quem pode usar?
Qualquer pessoa que precise da insulina pode optar pelo tratamento com a bomba, no entanto ela é indicada para os diabéticos tipo 1, aqueles que necessitam injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais. “Já que é uma doença autoimune, o paciente já começa a ter o tratamento com a insulina após o diagnóstico, ainda criança”, diz Gabbay.
Para aqueles que gostam de fazer exercícios físicos ou são adolescentes, a nova bomba de insulina é uma opção, segunda a endocrinologista. “A bomba pode ser retirada e colocada a qualquer momento, é algo muito simples de ser feito, sem dificuldades”, diz.
Custa R$ 20 mil
Ainda em período de pré-venda, o valor final para adquirir o produto pode chegar a mais de R$ 20 mil, isso porque a empresa vende o pacote já com os insumos mais o aparelho. Gabbay ainda destaca a burocracia que é conseguir a bomba de insulina tradicional por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). “Por ser uma tecnologia cara, muitas pessoas precisam a recorrer o SUS para conseguir uma bomba de insulina. Os trâmites para conseguir, na maioria dos estados brasileiros é somente por processo judicial”, diz.
Outra novidade
A médica cita que há estudos em andamento, em que são utilizadas células-tronco, que são células com potencial de recompor tecidos danificados e, assim, auxiliar no tratamento de doenças, no tratamento do diabetes tipo 1, e acabar de vez com as picadas. “Os estudos ainda estão engatinhando, porém com bons olhos para o futuro”, afirma.