O Conselho Metropolitano segue com os debates sobre os temas que vão formar o PDUI (Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado). O Consórcio Intermunicipal Grande ABC lidera a Câmara Temática sobre Mobilidade, Transportes e Logística. Ao RDtv desta terça-feira (21/11), o secretário executivo do Consórcio ABC e coordenador desta Câmara, Mário Reali, apontou que um dos principais desafios será encontrar caminhos para a integração do sistema tarifário.
Ao lado do debate sobre a infraestrutura, a integração de todo o sistema tarifário da Grande São Paulo virou o principal tema, principalmente com as dificuldades referentes aos contratos das empresas que gerenciam o transporte público em cada município, as legislações sobre gratuidade, os valores empenhados para o subsídio e a quantidade de diferentes cartões para a bilhetagem eletrônica. Reali aponta a necessidade de se estudar uma espécie de governança.
“Acho que a gente precisa ter uma governança onde os municípios tenham assento. Temos hoje um conselho de mobilidade onde a CPTM, Metro e EMTU dialogam com a Prefeitura de São Paulo. A Prefeitura de São Paulo tem o Bilhete Único que pode ter a integração com o TOP”, explica Mário.
No caso do ABC não há integração entre os cartões existentes nos municípios com o TOP, cartão instituído ainda na gestão de João Doria (sem partido), e que pode ser usado nas linhas da CPTM, Metro e EMTU, incluindo o Trolebus, além da possibilidade de entrar nos terminais metropolitanos.
Outra dificuldade encontrada por Reali está nos valores de subsídio. Antes da pandemia do Covid-19, a maioria dos municípios não subsidiavam o transporte, assim ficando apenas o valor da tarifa como a fonte para manter toda a frota. Com as medidas epidemiológicas de afastamento social, as empresas retiraram metade da frota de circulação.
Com a retomada, não houve o retorno destes veículos e assim os municípios passaram a subsidiar. Para ter uma integração seria necessário um processo para definir quais seriam as fontes para estes subsídios.

Apesar dos desafios, Reali aponta que seria um “sonho” ter um Sistema Único de Mobilidade. O formato poderia separar o gerenciamento da frota, operação e tarifa, além disso, poderia encaminhar de maneira unificada a possibilidade de renovação dos ônibus para veículos com motor elétrico ou com combustível verde. Para tudo isso também será necessário, na visão do secretário executivo, uma abertura para debates com as concessionárias de cada modal.
“O que é central na Câmara Temática é o quanto nós teremos de abertura na EMTU, na CPTM e no Metro para dialogar sobre isso. A gente sentiu que ainda está tudo mundo se reconhecendo. Fizemos boas discussões nas duas reuniões que tivemos, mas precisamos começar a nos debruçar sobre as possibilidades reais, porque não queremos fazer da Câmara Temática um lugar de debate teórico. Queremos encaminhar as demandas para soluções concretas”, disse Mário.
Agora a ideia é correr contra o tempo para avançar o máximo possível na Câmara Temática, colocar o resultado do debate dentro do PDUI e encaminhar para a Assembleia Legislativa antes da votação do orçamento estadual para o próximo ano. Mário Reali considera que o mundo ideal seria ter uma votação antes do PPA (Plano Plurianual), porém, o mesmo já foi aprovado pelo Legislativo Paulista.