Com a proximidade do fim do ano e da lista de gastos no começo de 2024, muitos planejam utilizar o dinheiro do 13º salário para pagar tributos necessários. Do ponto de vista do professor de Economia no curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), Ricardo Balistiero, de fato é importante que a população se planeje, mas o mais essencial é que antes de qualquer coisa, dívidas antigas sejam priorizadas.
Em entrevista ao RDtv, Balistiero esclarece que colocar dívidas antigas como prioridade de pagamento pode evitar um crescimento maior na taxa de juros, o que causaria um aumento ainda maior no valor final da despesa. “As dívidas com juros no Brasil são vistas como uma das maiores do mundo, já que a nossa taxa de juros é elevada e, despesas de cartão de crédito e de cheque especial tendem a ficar muito maiores por conta disso”, explica.
Já para aqueles que não possuem dívidas atrasadas a serem quitadas, o professor recomenda que o 13º salário seja utilizado como “a oportunidade perfeita para auxiliar no pagamento dos impostos, a exemplo do IPVA e IPTU, a fim de que essas não se tornem dívidas futuras”, orienta.

Para os inadimplentes, Balistiero afirma que programas federais como o Desenrola Brasil e feirões criados para transformar dívidas caras em dívidas baratas são algumas das alternativas para limpar o nome.
“Caso a pessoa não queira participar destes programas, o importante é que ela troque um linha de crédito cara por uma mais barata, como buscar empréstimos consignados na empresa onde trabalha ou tentar pedir a um parente para adiantar esse dinheiro para quitar a dívida antiga e pagar esse parente com uma taxa de juros mais baixa”, destaca.
Balistiero reforça ainda a importância da educação financeira para os jovens, com intuito de diminuir o número de endividados e inadimplentes no futuro. “Muitos endividados começam a ter problemas no orçamento com uma simples compra, como a de um eletrodoméstico, ao ver que uma parcela desta compra cabe na estimativa de gastos mensais, mas ele não leva em conta a taxa de juros que pode duplicar o valor desta parcela. Por isso é importante que as pessoas tenham em mente o que se deve ou não comprar, planejar os gastos mensais e, ao comprar algo não essencial, levar em conta os juros que esta compra terá se for parcelada”, finaliza.