
Um grupo de 10 profissionais, que trabalharam para a empresa Oren Group Educacional, com escritório em Santo André, foram dispensados quinta-feira (30/11) e estão sem receber o pagamento. A alegação foi a de que a empresa decretava falência e que não tinha dinheiro para pagar os trabalhadores. O dono da empresa, Victor Rabello, disse ao RD que busca “caminhos para resolver” a situação.
Os trabalhadores duvidam da versão dada sobre falência. Contam que até quinta-feira foram feitas vendas de planos educacionais com descontos e candidatos continuavam sendo contratados nas últimas duas semanas. Raquel Reis, que começou a trabalhar na Oren Group em outubro, recebeu pelo primeiro mês de trabalho, mas com descontos. “Nos disseram que, mesmo em treinamento, já estava valendo para remuneração, mas depois descontaram esses dias. Agora eles chamaram a gente após o expediente na quinta-feira e avisaram que estavam abrindo falência e que não tinham dinheiro para nos pagar”, relata.
No anúncio, a empresa oferece aos prestadores de serviço um salário de R$ 1,5 mil mais comissões pelas vendas que poderiam chegar a R$ 4 mil. Segundo Raquel, o regime de trabalho não era compatível com o serviço terceirizado. “Passaram a exigir trabalho presencial, cobravam horários, como se fosse um trabalho com carteira registrada”, explica.

Depois de receber o primeiro pagamento, Raquel trabalhou todo o mês de novembro e agora está preocupada se vai receber o salário. “A gente se sente lesada, eu vendi muito e tenho como comprovar tudo. Só que eles dizem que não têm dinheiro para nos pagar”, lamenta.
Dalila da Silva Rodrigues também começou a trabalhar em outubro na Oren e recebeu apenas o primeiro pagamento. “Ontem (quinta-feira, 30/11) nós trabalhamos até as últimas horas da empresa normalmente, teve gente que bateu a meta de R$ 2,5 mil. Nada dava a crer que a empresa ia mal, porque continuavam contratando, aí no fim do dia o Victor Rabello chama a gente numa sala e diz que ia fechar porque estava falindo e que não tinha dinheiro para nos pagar, ainda nos ofereceram aparelhos como parte do pagamento”, relata.
“Eu questionei porque continuavam contratando se estavam tão mal assim, e eles disseram que tentaram reerguer a empresa”, disse Dalila que suspeita que os mesmos sócios tiveram outra empresa do mesmo ramo e que teria deixado funcionários também sem receber. Dalila diz que até de cultos realizados dentro do escritório da empresa os colaboradores eram obrigados a participar. “Teve um que eu não quis participar, mas forçaram e acabei entrando na oração”, relata.
Procurado pelo RD, Victor Rabello, não negou o problema da falta de pagamento. Em poucas linhas ele disse que espera resolver a situação e que está procurando como fazer isso, porém não deu prazos. “Conforme informado, todos eles receberão. Estamos encontrando caminhos de resolver, através de equipamentos e etc”, disse ao confirmar a versão das funcionárias de que ofereceu celulares e computadores como pagamento. “Informamos ontem e creio que em breve daremos um posicionamento definitivo”, disse o empresário.