
O empresário de Santo André, Marcelo Pereira de Aguiar, de 40 anos, que foi condenado em novembro último a 12 anos de prisão por assassinato, continua foragido quatro anos após o crime. A Justiça determinou que seu nome seja incluído na Lista Vermelha da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). Aguiar foi condenado pelo Tribunal do Júri pela morte do morador de rua Sebastião Lopes dos Santos, de 40 anos, no dia 11 de maio de 2019. O crime aconteceu na rua Visconde de Mauá, na Vila Assunção.
O despacho da juíza Milena Dias, da Vara do Júri do Fórum de Santo André, determinando que a Polícia Federal insira os dados de Aguiar na lista da polícia internacional, no entanto, ainda não foi cumprido, já que o nome do empresário ainda não consta da lista da Interpol. A lista vermelha tem 87 brasileiros e o nome do empresário não está nela.
O crime foi flagrado por câmeras de segurança. Informações sobre o veículo usado no crime, investigações da Delegacia de Homicídios de Santo André e também denúncia anônima levaram ao nome de Marcelo Pereira de Aguiar, que é dono de uma pizzaria que fica próxima ao local do crime e na mesma rua onde a vítima estava morando em uma propriedade abandonada.
Na noite do crime um automóvel tipo SUV de luxo, para na rua, um homem desce pelo lado direito do veículo e anda na direção da vítima, há uma breve discussão e o homem armado dá vários tiros na direção do morador de rua, que teria sido atingido cinco vezes e morre no local.
A polícia esteve no apartamento de luxo onde o empresário morava na avenida Portugal e apreendeu um fuzil calibre 22 e uma escopeta calibre 12 e munição. Carros de luxo estavam na garagem do prédio. Aguiar teve a prisão preventiva decretada e buscas foram feitas em vários endereços, até em Santa Catarina onde ele teria outra empresa. Em setembro de 2019, cerca de quatro meses após o crime, Marcelo Pereira de Aguiar chegou a ser preso na Argentina, mas acabou solto pela Justiça daquele país quatro dias depois de sua detenção antes que saísse sua extradição. A defesa do empresário tentou diversas vezes o relaxamento da prisão preventiva, alegando que é réu primário e tinha endereço fixo, mas os pedidos foram negados.
Na época do crime os investigadores apuraram que vítima e agressor tinham discussões frequentes e o empresário entendia que o morador de rua estaria incomodando os clientes da pizzaria.
Aparição

Aguiar surpreendeu o Tribunal do Júri quando apareceu em um telão, durante o seu julgamento. O empresário não revelou sua localização e, apesar de poder ser rastreado, essa participação é um direito do réu foragido desde 2022 por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). No seu depoimento ele não revela sua localização, nega o crime, diz que não conhecia a vítima e que viajou a trabalho coincidentemente no dia seguinte.
O empresário alegou que, ao ser informado pelo advogado, de um mandato de prisão temporária, teria entrado em desespero e fugido para a Argentina, onde ficou em Paso de Los Libres, cidade onde acabou preso e disse que foi solto dias depois.
No júri Aguiar também admitiu ter três armas, as duas apreendias da casa dele e mais uma pistola, que o armamento estava em seu nome e com autorização para porte. O empresário disse ser colecionador. “Eu sei da minha inocência, não é que eu esteja desprezando o caso, ou a situação, é porque eu realmente não sou culpado”, disse o réu. A defesa do empresário foragido sustenta que vai recorrer a instâncias superiores.