
Em mais um encontro do curso de formação de articuladores territoriais, realizado na segunda-feira (29/01) na Associação Vila Alice e Vila Cláudia, membros do Fórum de Participação Popular e moradores do bairro tiveram mais informações sobre as ferramentas a serem utilizadas para desenvolver trabalho nas comunidades da cidade.
O curso está a cargo de Patrícia Alves e Magali Osório, educadoras da Associação Interação, entidade voltada à qualificação de agentes públicos e privados. Ao abordarem a necessidade da elaboração de um plano de ação na comunidade, elas ressaltaram que, antes, é preciso fazer um mapeamento do território, pois ele vai definir quais serão as políticas públicas a serem implementadas com o envolvimento dos moradores.
“A partir daí a gente consegue se mobilizar e fazer as articulações políticas necessárias com os órgãos públicos para colocar em prática as novas políticas”, ensinaram. O curso começou em novembro do ano passado e está capacitando os agentes de mobilização e os articuladores territoriais para agirem nas comunidades.
Ainda faltam três encontros, a serem realizados em associações de bairro, que vão abordar temas como os métodos de articulação, mobilização e organização social, a relação entre as redes sociais e a articulação comunitária, e as etapas do trabalho de mobilização, organização social e processos participativos.
Para Dejanira Maria, diretora de Participação Popular, essa qualificação vai significar o fortalecimento de um diálogo real com os moradores. “É dessa forma que vamos alcançar nosso objetivo de promover uma gestão com mais diversidade, com mais inclusão e com políticas que alcancem todos, principalmente na periferia”, comentou.
Participantes do encontro têm diferentes histórias de vida
A anfitriã do encontro foi Durben Silva, presidenta da Associação dos Moradores da Vila Alice e Vila Cláudia – e participante do Fórum – que tem uma longa história de luta por benfeitorias para os moradores. “Ocupamos a área há 43 anos, logo formamos a associação porque aqui não tinha nada, nem água, luz ou asfalto. Era um monte de barracos, vielas e becos”, comentou.
Foram quatro desocupações, com polícia e cães. “Nós resistimos e não paramos de lutar. E hoje o bairro tem toda a infraestrutura e aqui em frente passam quatro linhas de ônibus. Foi muita briga, mas tivemos resultado total”, disse.
A Associação se fortaleceu e passou a desenvolver projetos de moradia e loteamentos. A sede abriga cursos da Fundação Florestan Fernandes, tem um cursinho pré-vestibular e abre espaços para grupos de mulheres. “A gente tem de evoluir, não pode parar”, ponderou.
José Carlos Pereira, o Soró do Ruyce, participa do Fórum para adquirir conhecimento e experiência. “Sou liderança da comunidade na Barão de Uruguaiana e estou aqui como um aprendizado, com o objetivo de levar benfeitorias para o pessoal”, comentou.
Duas das demandas apresentadas a ele pelos moradores é a melhoria da passarela sobre a Imigrantes perto da Santa e o recapeamentos de ruas no bairro. “A Ecovias deixa a desejar, pois a passarela é escura e escorregadia, e lá no bairro tem várias ruas com buracos, como a Ferraz Alvim. Eu moro lá e vejo o que está acontecendo”.