
O Consema (Conselho Estadual de Meio Ambiente), da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, realizou nesta quinta-feira (01/02) a terceira e última audiência referente ao Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do projeto da Linha 20-Rosa do Metrô (Santa Marina-Santo André). Nesta etapa as preocupações ambientais tomaram a maior parte do tempo e das dúvidas dos presentes, principalmente sobre as compensações que serão realizadas e a reflexão sobre áreas que sofrem com enchentes.
A destinação das compensações arbóreas e financeiras, com a retirada de árvores nos locais das estações, foram temas de alguns dos participantes. A deputada estadual Carla Morando (PSDB) chegou a sugerir que parte da compensação seja destinada para o plantio de árvores às margens da represa Billings e que o local ainda receba investimentos financeiros para sua despoluição.
O gerente técnico Renan Cavalheiro da Costa, da Geotec, uma das empresas que estão no consórcio que está na primeira fase do projeto da linha, explicou que uma parte da compensação ambiental ocorrerá em áreas próximas ao local em que árvores foram retiradas, ou seja, próxima das estações. Outra parte pode ser destinada para outros locais. Tal fato será tema de debates entre a Cetesb e as prefeituras para sejam definidas essas novas áreas.
Ricardo Crepaldi, presidente da ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental) e conselheiro do Consema, apontou uma reflexão que deve ser feita sobre a possibilidade de enchentes na região da tríplice divisa entre Santo André, São Bernardo e São Caetano. O conselheiro apontou que será necessária uma série de cuidados com possíveis desvios nos cursos de córregos e rios para que as futuras obras da linha não tragam impactos negativos para a região.
Outro tema que foi apontado como preocupação é o modelo de desapropriação. Há dúvida sobre o valor que poderá ser pago. Aconteceram questionamentos sobre a inclusão do valor da valorização do local com a passagem do Metrô e o pagamento para os comerciantes. Tais dúvidas ainda serão sanadas quando a proposta estiver pronta.
Autoridades

Estiveram presentes na audiência pública o secretário adjunto de Meio Ambiente de São Bernardo, Giba Marçon, o secretário de Cidadania e Pessoa com Deficiência, Pery Cartola (PSDB), os vereadores Mauricio Cardoso (PSDB), Jorge Araújo (PSD) e Julinho Fuzari (Podemos). O presidente da Câmara, Danilo Lima (PSDB) e o deputado federal Alex Manente (Cidadania), além de Carla Morando.
“Em uma região como a nossa, com a globalização que nós temos, percebemos que é necessário nós fazermos essa integração o mais rápido possível, de maneira rápida e eficiente com a Capital, que é o principal entroncamento de desenvolvimento econômico. E certamente vai fazer com que a nossa região tenha uma pujança econômica que será fundamental para o nosso futuro”, disse Manente.
“Sabemos que a região do ABC tem uma concentração grande, são quase 3 milhões de habitantes, e que nós não temos nenhum meio rápido de transporte e efetivo como o metrô, porque é maior, o melhor e o mais efetivo. Seria muito interessante para todo o desenvolvimento. Para que a população possa sair de casa mais tranquilamente, até por conta dos números colocados, pelo tempo que será economizado. Acho que não será importante apenas para a questão ambiental, por ter menos veículos na rua, mas trazendo uma qualidade de vida para a população”, disse Carla.
Cronograma e números

A Linha 20-Rosa conta com 33km de extensão, 24 estações, três subestações, 26 retificadoras e dois pátios. Com uma demanda estimada de 1,29 milhão de pessoas diariamente. A ideia é diminuir de 68 para 48 minutos o percurso entre Santa Marina (região da Lapa) e Santo André. Levando em conta economia de tempo e de uso de combustíveis, a economia financeira anual dos passageiros seria de R$ 3 bilhões.
O cronograma aponta que até o final deste semestre será finalizada a fase do anteprojeto de engenharia, da elaboração do EIA-RIMA e da licença prévia. A fase da licitação do projeto básico e sua concepção começou no ano passado e terminará em 2026. Neste ano começa a fase de licença de instalação, licitações da obra e a desapropriação, e segue até 2027. A última fase que engloba o projeto executivo e a implantação começa em 2028 e a expectativa é que termine em 2035.