O ABC possui uma população que se autodeclara amarela em torno de 29.888 pessoas, o que representa 1,11% dos moradores das sete cidades. A maior representatividade está em São Bernardo, com 11.702 pessoas, ou seja, 1,44% do total. Mesmo o Brasil tendo a maior comunidade denominada nikkei – descendentes de japoneses nascidos fora do Japão -, além de contar com um número expressivo de pessoas amarelas de outras etnias como Okinawa, China, Taiwan, Vietnã e Coreia, essa etnia ainda sofre com a falta de dados precisos, xenofobia e estereótipos praticados nos dias de hoje.
Afim de conscientizar a população sobre como a comunidade amarela pode participar da luta antirracista e celebrar a rica diversidade cultural destes povos, o Sesc Santo André irá realizar a 1ª edição da Semana da Diáspora Amarela, evento gratuito inédito no ABC, entre 2 e 8 de março.
Em entrevista ao RDtv, o técnico de programação do Sesc Santo André, Carlos Seizem Iramina, diz que a abertura do evento abrange as principais ações do projeto durante a semana. “O dia 2 vai incluir as demonstrações culinárias, como a apresentação do Kimchi pela cozinheira Priscila Jung na atividade Kimchi, e a Mini-Feira amarela coletiva, que contará com apresentações de artistas amarelos de diferentes áreas da cultura”, explica.

Entendendo a Amarelitude com Tati Takiyama
De 5 a 8 de março, a artista e idealizadora do evento, Tati Takiyama que é também participante do coletivo Amarelitude, irá ministrar curso online sobre a racialização amarela e a participação na luta antirracista, com o tema “Entendendo a Amarelitude”.
O curso aborda temas como autodeclaração amarela, mito da minoria modelo, interseccionalidade e o papel dos amarelos na luta antirracista, com participação do pesquisador Poroiwak.
Ao RDtv, a artista explica que seu curso engloba o outro lado da luta da comunidade amarela, os mitos e os estereótipos da etnia. “O curso irá falar muito da parte do apagamento histórico, que é por exemplo como nós chegamos ao Brasil. Todos tem na cabeça que era para buscar uma melhor qualidade de vida, mas não é bem assim, a ideia era servir como escravos, chamados de coolie, substituindo a mão de obra do povo preto”, comenta.
Programação
Ações para a Cidadania
Feminismos Amarelos com Ing Lee
Mural que retrata a vivência de mulheres amarelas no Brasil, a partir da situação de migração e dos marcos dos 60 anos da diáspora coreana no Brasil e dos 110 anos da diáspora amarela no Brasil. O Mural será localizado em frente as escadas em direção ao andar das quadras.
Dia 1/3, sexta, das 10h às 21h30
Unidade
Livre – Autoclassificação
Grátis – Sem retirada de ingressos.
Minifeira amarela coletiva com artesãos e artistas amarelas
Minifeira amarela coletiva apresenta breve panorama contemporâneo da produção de artistas, artesãos e pesquisadores amarelos brasileiros. Entre os objetos presentes, haverá livros, prints, cerâmica, roupas, entre outras produções.
Dia 2/3, sábado, das 13h às 18h
Área de Convivência
Livre – Autoclassificação
Grátis – Sem retirada de ingressos.
Encontros fortuitos movidos a haicais com Letícia Sekito – Cia. Flutuante
A intervenção procura explorar algumas relações entre o modo de composição do haicai com a improvisação em dança, onde ambas expressões artísticas são criadas a partir de uma sensação ou observação pessoal do artista em relação ao seu entorno, no tempo do aqui /agora, através de uma economia e intensidade da ação, deixando o leitor/público completar a criação através da sua própria fruição do momento. Acaso, prontidão, escuta e desejo de vivenciar um momento único pela sensação e presença, também são elementos presentes nestas linguagens artísticas.
Dia 2/3, sábado, das 17h às 18h
Área de Convivência
Não recomendado para menores de 12 anos – Autoclassificação
Grátis – Sem retirada de ingressos.
O que é ser amarelo no Brasil? Com Laís Miwa Higa, Bruna Aiiso, Ing Lee e Kendy Higashi – Mediação de Tati Takiyama
O bate-papo “O que é ser amarelo no Brasil?” parte do modo como os amarelos são racializados no Brasil, bem como das possibilidades de luta antirracista a partir desta racialização: mito da minoria modelo, apagamento histórico, fetichização da mulher amarela, emasculação do homem amarelo, representatividade estereotipada na mídia e o papel dos amarelos nessa luta.
Dia 2/3, sábado, das 14h às 16h
Espaço de Tecnologias e Artes
Livre – Autoclassificação
Grátis – Sem retirada de ingressos.
Entendendo a Amarelitude com Tati Takiyama e Poroiwak
Curso online para pessoas amarelas sobre racialização amarela e participação na luta antirracista. Dividido em quatro etapas: 1- Autodeclaração amarela. 2- Mito da minoria modelo. 3- O que é interseccionalidade? 4- O que é amarelitude e qual a pauta dos amarelos na luta antirracista?
De 5 a 8/3, terça a sexta, das 19h às 21h
Ação Online
Livre – Autoclassificação
Inscrição – Grátis
Alimentação
Kimchi: um prato, um preparo e uma manifestação cultural com Priscila Jung
O Kimchi é um prato e uma técnica de preparo que une a fermentação de vegetais com pimenta, sendo símbolo da cultura alimentar coreana. Nesse encontro iniciaremos a jornada com uma breve história por trás do Kimchi, seguido da demonstração de duas receitas: kimchi de acelga (Baechu Mak Kimchi) e kimchi de pepino (Oi Sobagi) com degustação ao final do encontro.
Dia 2/3, sábado, das 10h30 às 12h30
Espaço de Tecnologias e Artes
Livre – Autoclassificação
Grátis – Inscrições gratuitas no local com 30 minutos de antecedência.
Corn Dog vegano com Lua Takahashi
O Corn Dog é uma versão coreana do famoso cachorro-quente feita a partir de uma massa empanada e frita. Na versão de Lua Takahashi, os participantes são convidados a aprender em uma aula show uma versão vegana do Corn Dog com ingredientes brasileiros.
Dia 3/3, domingo, das 14h às 16h
Espaço de Tecnologias e Artes
Livre – Autoclassificação
Grátis – Inscrições gratuitas no local com 30 minutos de antecedência.
Literatura
Histórias japonesas com música brasileira com a Cia Variante
A Cia. Variante apresenta quatro narrativas tradicionais japonesas, acompanhadas de música popular brasileira e algumas composições autorais. A união da cultura brasileira, representada pelas músicas que manifestam palavras de transformações sociais e cirandas, com a japonesa, representada por contos que protagonizam mulheres fortes, guerreiros, samurais e camponeses.
Dia 2/3, sábado, das 16h às 17h
Área de Convivência
Livre – Autoclassificação
As que vieram antes de nós (Cartas para não esquecer) com a Cia Variante
Mostrando cultura, lutas, tradições, canções, ancestralidades e curiosidades, quatro atrizes e cantoras do grupo contam histórias de quatro mulheres históricas do Brasil. Músicas da cultura brasileira, que manifestam palavras de revolução, cirandas e guerrilhas, são unidas a histórias que protagonizam mulheres fortes e importantes que nunca devem ser esquecidas. As contações são um acalanto e preservam as memórias, como uma carta de amor a essas mulheres que colaboraram com nossa emancipação, empoderamento e justiça.
Dia 16/3, sábado, das 16h às 17h
Área de Convivência
Livre – Autoclassificação
Grátis – Sem retirada de ingressos.
Sesc Santo André
Rua Tamarutaca, 302 – Vila Guiomar – Santo André
Telefone – (11) 4469-1200
Estacionamento: R$ 5 a primeira hora, R$ 1,50 as demais (Credencial Plena) e R$ 10 a primeira hora e R$ 2,50 as demais (outros).
Informações sobre outras programações: