
Dados da Afya, empresa que compara preços de medicamentos e produtos farmacêuticos, revelam que a busca por repelentes disparou nos últimos meses, atingiu o maior nível dos últimos 5 anos no Brasil. Com isso, os preços aumentaram. Levantamento da Fundação Procon-SP constatou aumento de 15,78% em média, com diferenças que chegaram a 84,19% para um mesmo produto em diferentes estabelecimentos, entre dezembro do ano passado e fevereiro deste ano.
A movimentação ocorreu principalmente entre as farmácias. As redes Drogasil e Drogaria Fernandes, por exemplo, relatam aumento da procura por repelentes em mais de 60% em comparação com o fim do ano passado. Entre os produtos mais vendidos estão os repelentes das marcas SBP e Xô, principalmente por conterem na composição a icaridina, substância reconhecida pela OMS (Organização Mundial de Saúde) na prevenção contra os insetos.
Na Coop, que possui rede própria de drogarias, os números são ainda maiores. Caetano Sampaio, gerente de Compras de Não Medicamentos da Drogaria Coop, afirma que só em fevereiro houve um aumento de 350% na procura por repelentes, principalmente aqueles que possuem icaridina. Sampaio diz que a Coop negocia com algumas indústrias para evitar o aumento de preço, para manter estoques.
Prática abusiva de preços
O consumidor também deve ficar atento aos preços. A diretora do Procon Santo André, Doroti Cavalini, recomenda o consumidor pesquisar e comparar preços em diferentes estabelecimentos. “Além de se atentar se há cobrança abusiva de preços”, diz.
Doroti comenta que não é aceitável permitir aumentos indiscriminados de preços, especialmente quando se trata de uma questão de saúde pública. “O consumidor que identificar muita variação ele deve denunciar ao Procon da sua cidade, pois se encaixa em uma prática abusiva.
Eficiência contra o Aedes egypti
Para Andrea Marques, médica infectologista do Hospital Brasil Santo André, a aplicação de repelente é importante para se prevenir do Aedes aegypti e exige uso consciente do produto. “Muitas pessoas acham que é só passar uma vez por dia que já está imune. O repelente precisa ser repassado, ao menos, de duas em duas horas para ser eficiente na sua função”, esclarece.
Além de usar da maneira correta, cada repelente é específico para um determinado tipo de pessoa. Andrea explica que é importante se atentar a repelentes e suas composições que podem irritar a pele, não usar em excesso para não causar alergias, e se atentar ao utilizar o produto em crianças menores de 2 anos, que devem usar produtos específicos por conta da faixa etária.
Entre janeiro e fevereiro, cinco cidades do ABC contabilizaram juntas 1.485 casos de dengue, índice 1.667% maior do que o registrado no mesmo período de 2023.