“A mulher precisa ter mais espaço no Ministério Público”, diz procuradora

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Dia 13 de abril inicia o processo de eleição que determina quem assume a procuradoria-geral do Estado de SP. Ao RDtv, a única candidata a concorrer entre cinco candidatos, Tereza Exner, procuradora de Justiça do Ministério Público do Estado de SP, comenta sobre as suas expectativas para a data, além de planejamentos que, em virtude do Dia Internacional da Mulher (8 de março), envolvem como a educação e as políticas públicas são fundamentais na valorização das mulheres em sociedade.

Com mais de 27 anos de vida institucional, Tereza entrou no Ministério Público do Estado de SP com 23 anos, e durante esse tempo se aperfeiçoou e subiu degraus em sua carreira. Durante entrevista, ela identifica que, ao longo do trajeto, teve que quebrar barreiras para chegar onde está.

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“A realidade é que o Ministério, assim como outros órgãos, é reflexo de uma sociedade que tem em sua estrutura a submissão feminina, o que promove a maior participação de homens do que mulheres nas decisões”, explica. Ela comenta que avanços significativos, aos poucos, tem acontecido, mas que ainda há caminhos a serem trilhados.

Uma das pautas citadas pela procuradora envolve a participação de mulheres nas políticas públicas, a exemplo o combate do aumento de casos de feminicídio, mesmo que haja leis que punam quem comete esses delitos.

Para se ter ideia, de 2015 até 2023, foram vítimas de feminicídio no Brasil 10,6 mil mulheres, segundo levantamento do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública). “Por conta do avanço de casos, reforço como a educação tem função gigantesca nesse sentido, pois se mesmo com ações como o ‘Guardiã Maria da Penha’ que servem para combater o feminicídio não é o suficiente, devemos ir para as escolas e mudar essa cultura”, comenta. Tereza explica ainda que, a partir de escolas em tempo integral, com disciplinas que possam orientar meninas a conhecerem o próprio corpo e identificar situações de violência, um novo cenário será traçado.

Com a educação, Tereza sugere que a mulher possa se dar o direito de se colocar em primeiro lugar, almejando independência, carreira e metas. “A mulher tem essa coisa com o cuidado, que por vezes pode deixa-la sobrecarregada, e ninguém percebe isso. É um trabalho de autoconscientização da mulher entender que precisa ter coragem para quebrar barreiras”, diz a procuradora.