
O Sindicato dos Químicos do ABC realizou na quinta-feira (07/03) assembleia com os trabalhadores e trabalhadoras da Basf Demarchi, em São Bernardo, para discutir e decidir quais ações serão tomadas diante do encerramento da produção de tintas automotivas na América do Sul, anunciado pela gigante química em fevereiro. Foi aprovado aviso de greve que terá início na quarta-feira (13/03) com duração indeterminada.
Os trabalhadores reivindicam: manutenção dos empregos no setor de tintas automotivas e demais setores impactados; manutenção do adicional de periculosidade com pagamento retroativo para os contratados e promovidos a partir de outubro de 2022; e alteração na política de coparticipação no convênio médico Sul América, que atualmente compromete significativamente o pagamento de quem utiliza o benefício.
O sindicato protocolou a carta de reivindicações junto à empresa. O documento também aponta 17 propostas para contribuir para que o processo dessa reestruturação, caso continue, “transcorra de forma democrática, equilibrada e transparente”. “Para nós, a empresa não deve levar adiante esse processo. Se levar, a gente vai para o diálogo, para a negociação pela manutenção dos empregos, e não descartamos a greve”, pontua o secretário de administração do sindicato, Fabio Lins, trabalhador na Basf desde março de 1995.
De acordo a representação dos trabalhadores o anúncio de encerramento da produção de tintas automotivas pela Basf na América do Sul é considerado prematuro pelas lideranças sindicais diante do atual cenário econômico do Brasil. Entidades como Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e Fenabrave (Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores) estão anunciando investimentos em torno de R$ 40 milhões nos próximos anos e projetam crescimento significativo do setor até 2026. “É um setor em pleno crescimento, e a BASF produz e vende tintas para ele, então é possível aguardar mais dois ou três anos antes de tomar a decisão de encerrar a produção de tintas automotivas na América do Sul”, aponta o presidente do Sindicato, José Evandro.