O Março Azul chega para conscientizar sobre a prevenção do câncer de cólon e reto (ou colorretal), doença que está em terceiro lugar das que mais atinge homens e mulheres, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer). Em entrevista ao RDtv, a coloproctologista e professora do Centro Universitário FMABC, Sandra Boratto, relata a importância da prevenção da doença, que agora chama atenção dos especialistas por atingir público mais novo do que o perfil, acima de 50 anos.

O câncer de cólon e reto abrange tumores na parte do intestino grosso, que é chamada de cólon, no reto e no ânus. Costuma se desenvolver de forma lenta e, se descoberto em estágio inicial, tem altas chances de cura. “O que nos alerta nesses últimos 10 anos é que esse tipo de câncer têm atingido homens e mulheres entre 40 e 50 anos, o que destaca como é importante a prevenção desse câncer nessa faixa etária”, comenta.
Devido a redução da idade de pacientes diagnosticados com o câncer colorretal, o Inca tem uma estimativa que entre 2023 e 2025, o Brasil registre mais de 135 mil casos. “Com o câncer atingindo pessoas mais novas, isso sugere um aumento dos casos, e muito se deve aos hábitos que prejudicam a saúde”, diz a médica. Entre os fatores determinantes que favorecem o câncer, ela destaca: estresse do dia a dia, aumento da obesidade, consumo de alimentos industrializados e bebidas alcoólicas, e tabagismo. Além disso, a genética também tem influência na decorrência da doença, mas em pouca efetividade em relação às outras causas.
Entre os sintomas, a médica explica que cólica abdominal, intestino desregulado, sangue nas fezes e emagrecimento ou anemia imotivada podem sugerir o câncer. Nesses casos, é importante que o diagnóstico precoce seja realizado para evitar o agravamento da doença e diminuir a possibilidade de cura.
Colonoscopia
Para identificação do câncer, a médica destaca a colonoscopia como o “padrão ouro” para o rastreio de tumores, ainda mais com o avanço tecnológico que permite maior detecção e identificação dos mesmos. Além disso, ela conta que o exame de sangue oculto fecal também é utilizado por não ser invasivo e razoavelmente mais barato que a colonoscopia. Porém, indica que este não possui efetividade, e que por vezes pode indicar falso positivo ou falso negativo. Já no pós-cirurgia, a quimioterapia acompanhada de medicamentos que otimizam o processo de reabilitação são indicados assim que realizado o procedimento.
“É importante que as pessoas se cuidem o quanto antes para evitar problemas no futuro. Não é caretice se cuidar, é entender que fumar, beber e ter hábitos ruins pode prejudicar a saúde a longo prazo”, reforça a especialista. Assista a entrevista.