
A Semana do Consumidor está praticamente no meio, já que o Dia do Consumidor é celebrado nesta sexta-feira (15/03), porém nas ruas são poucas ou quase nenhuma ação para alcançar o cliente com algum tipo de promoção ou facilidade de pagamento. A resposta para isso é que o comércio de rua ainda não se atentou à importância da data e a vê mais como um dia para conscientização do consumidor quanto aos seus direitos, do que uma oportunidade para o marketing de vendas. Por outro lado os canais de vendas pela internet, se aproveitam bem da semana.
O morador do bairro Batistini, em São Bernardo, Eduardo Santana, disse que ele e a esposa estão acostumados a fazer compras online em um grande site de vendas e encontraram vantagem em comprar nesta semana. “A gente costuma comprar dessa forma, mas nessa semana fizeram bastante propaganda no site sobre o Dia do Consumidor e por isso conseguimos comprar um tênis para meu filho e ganhamos o frete grátis, o que foi muito bom”, diz. O casal também é ligado à cooperativa de consumo e encontrou várias promoções. Santana diz que essas ações são importantes para marcar a data.
A empresária do ramo de turismo e que é de Diadema, Sandra Martins Caetano, diz que a Semana do Consumidor trouxe promoções no setor e ela mesma também aproveitou para fazer uma compra que estava planejando há tempos. “Como eu vendo pacotes para várias empresas de turismo, algumas fizeram ofertas especiais para a data. Uma destas operadoras fez promoções para o mês todo”, aponta. Ela também relata que estava precisando trocar os móveis da cozinha e vinha pesquisando os preços. “Hoje (13/03) acabei fechando com uma loja de planejados no Jardim do Mar. Estávamos planejando os móveis do apartamento e surgiu a oportunidade; a essa empresa nos deu desconto e parcelou com um prazo que facilitou a compra”, relata sua experiência a empresária.

Mas basta olhar os centros comerciais para constatar que não há vitrines preparadas para a data. Para o presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura Júnior, a data ficou conhecida mais pela questão dos direitos do consumidor do que uma oportunidade para vendas. “As grandes redes trabalham melhor essa data, os pequenos e médios nem tanto. A meu ver seria uma grande oportunidade para fidelizar o cliente. Na terça-feira (12/03) fizemos um evento de perspectiva econômica para os associados e enfatizamos a questão da educação financeira e como cativar os clientes, mas o comércio de rua já visa outras datas e também não dá para fazer uma promoção atrás da outra senão banaliza essa estratégia de vendas, tem que focar em algumas datas. A Black Friday, por exemplo, pegou bem por aqui. O Dia do Consumidor ainda é uma data que tem um potencial fantástico, mas que ainda precisa ser trabalhada”, comenta.
O economista e professor da Metodista, Sandro Renato Maskio, tem a mesma opinião. O comércio vê a data mais como um momento para o consumidor ser orientado sobre seus direitos do que uma oportunidade para marketing de vendas. “Nas ruas não se vê muita promoção para essa data. A semana não vai trazer grandes diferenças do ponto de vista de consumo”, avalia Maskio que também considera que a data é uma boa oportunidade. “É uma questão de colocar a data nas agendas do comércio, das entidades que reúnem o setor e das universidades também, pois ela é uma boa oportunidade”, diz. Para Maskio, a proximidade com a Páscoa influenciou, já que o comércio está mais focado nela.

O presidente da Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá), José Eduardo Zago, considera que o comércio da cidade está movimentado e que a data pode ser positiva. “Fizemos uma solenidade para marcar o Dia Internacional das Mulheres, o Dia do Consumidor e a inauguração de um painel que criamos e instalamos na associação. Mauá é sempre boa de comércio. Todo início do mês quando as pessoas recebem o pagamento temos uma movimentação boa, então nessa semana o pessoal está com a grana na mão então as lojas de rua e as de shopping estão vendendo, está aquecido e deve melhorar. Na Aciam temos cursos de educação financeira, inclusive uma EAD aprovada pelo MEC então temos oportunidade para que o comerciante tenha uma boa formação para vender mais”, diz o dirigente.