
Manifestação de estudantes e professores da FUABC (Fundação do ABC) está marcada para esta quinta-feira (21/03), a partir das 9h, no portão de entrada da faculdade. A ação acontece em repúdio à tentativa de posse administrativa da instituição sobre o ambulatório e laboratório da FMABC (Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC), a pedido do Ministério Público de São Paulo.
Segundo David Feder, professor titular da Clínica Médica e um dos precursores da manifestação, a FUABC abriu uma portaria exigindo centenas de documentos a serem entregues em 10 dias, se tratando de arquivos sobre procedimentos, protocolos e informações detalhadas sobre os serviços que a FMABC oferece.
“Com mais de 40 especialidades, é impossível averiguar todas as informações que eles pediram em tão pouco prazo. O pedido de postergar a data de entrega foi negado, o que nos deu a entender que a Fundação quer interferir na administração dos equipamentos”, comenta o professor.
Além da presença da Associação dos Docentes, na qual Feder faz parte, os alunos do Centro Universitário também marcam presença no evento. Letícia Guirao, estudante da FMABC, complementa o comentário do professor, e diz que devido a preocupação dos professores quanto ao assunto, foi decidido pela associação dos docentes que fosse feita uma manifestação em prol da autonomia universitária e da permanência dos nossos campus. “O laboratório e o ambulatório da FMABC são fontes fundamentais de pesquisas para os estudantes, e que perder o acesso a esses equipamentos impacta diretamente no aprendizado de todos os alunos”, diz.
O que diz a Fundação?
Em nota publicada no dia 19 de março (terça-feira), a FUABC se manifestou em seu site via carta aberta. “A intenção da FUABC nunca foi a de interromper ou diminuir a autonomia universitária supramencionada – garantida por lei e amplamente respeitada por esta Mantenedora”, diz a nota.
Apesar disso, a Fundação afirma que há uma recomendação do Ministério Público que precisa ser respondida, envolvendo, especialmente, a gestão do ambulatório e do laboratório, e a situação de 16 funcionários que atuam nas estruturas sem realização de concurso público.