
O Dia Internacional de Luta contra Discriminação Racial foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1966, para que as pessoas não se esqueçam do massacre que houve em Shaperville. Em 1960, na cidade de Joanesburgo, na África do Sul, 69 pessoas morreram e 189 ficaram feridas quando protestavam, no bairro Shaperville, contra uma lei que obrigava a população negra do país a usar passes. Esse passes é que especificavam por onde ela poderia circular, durante o regime do Apartheid que vigorou entre 1948 até 1994.
Márcia Damaceno, coordenadora da Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CREPPIR) lembra que houve lideranças negras africanas que lutaram contra esse regime, como Nelson Mandela, grande ícone da luta antirracista mundial que ficou preso injustamente por 27 anos.
Ela cita uns dos seus pensamentos em relação a existência do racismo, essa praga na consciência humana: “A ideia de que qualquer pessoa pode ser inferior a outra, a ponto de aqueles que se consideram superiores definirem e tratarem os outros como subumanos, nega a humanidade mesmo àqueles que se elevam ao status de deuses.”
Foi neste espírito de enfrentamento a essa praga do racismo, preconceito e discriminação racial que a CREPPIR está com uma campanha de distribuição de cartazes em todos os equipamentos públicos do município, dando orientações sobre situações que se enquadram como caso de racismo e/ou injúria racial e o local onde as pessoas podem procurar caso seja vítimas desse tipo de crime.
A campanha faz parte de uma das ações contida no Plano Municipal Decenal de Promoção da Igualdade Racial, que faz 2 anos hoje, lançado como um marco na política antirracista de Diadema.
Em 2023, como reparação ao racismo e a discriminação racial que sofrem as religiões de matrizes africanas neste país, foi sancionada a lei de 14.519, que celebra a data 21 de março também como o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé.
Deixo o convite para que as pessoas possam vir conhecer o Centro de Referências das Culturas dos Povos Tradicionais e Matrizes Africanas Pai Francelino de Shapanan, que tem um acerco rico na preservação das culturas dos povos originários, ciganos e dos povos de matrizes africanas. O centro fica na Rua Marcos de Azevedo 240, na Vila Nogueira.
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