
A inovação, quando aplicada em áreas como a saúde, pode transformar como as pessoas são atendidas. É o que considera Claudia Tavares Alvarenga, professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) e especialista em fisioterapia respiratória e terapia intensiva neonatal e pediátrica, em estudo recente publicado no Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo, Inovação e Conjuntura da USCS (Conjuscs).
De acordo com a docente, ao longo dos últimos anos, os impactos positivos da inovação para o crescimento e competitividade em diversos setores, incluindo o de saúde, tornaram-se indispensáveis para o avanço e manutenção da vida. Acontece que no contexto de economias emergentes, o maior desafio está relacionado a escassez de recursos tecnológicos para que haja, de fato, inovações significativas que culminem na aceleração do crescimento econômico e melhoria dos índices de desenvolvimento.
“Se melhoramos como nos relacionamos com os centros urbanos e otimizamos processos, podemos obter melhorias constantes e impactar positivamente a vida de diversas pessoas”, considera a docente. No caso de doenças respiratórias, problema que afeta milhões de pessoas ao ano, Cláudia considera já ser possível comprovar que o avanço de tecnologias contribuiu para novas abordagens e tratamentos que desaceleram o crescimento de doenças. “Ao priorizar essas tecnologias, auxiliamos na prevenção e cura de doenças”, diz.
A telemedicina é exemplo no que se refere aos benefícios do avanço tecnológico e tem mostrado suas vantagens, evidenciando, assim, a importância da implementação desta forma de atuação da medicina brasileira. “Promove o acompanhamento de pacientes
com doenças agudas e crônicas, permitindo consultas à distância e monitoramento remoto da saúde dos indivíduos. Isso facilita o acesso ao cuidado médico, especialmente para aqueles que vivem em áreas remotas ou têm dificuldade de locomoção”, considera.
Outra tecnologia pouco conhecida é a impressão 3D de órgãos respiratórios. “Vem crescendo atualmente porque possibilita a criação de traqueias e pulmões artificiais que são utilizadas em transplantes”, explica a professora. Essa tecnologia promissora tem o potencial de revolucionar a lista de espera por órgãos e oferecer novas opções de tratamento para pacientes com doenças respiratórias graves.
Com o uso crescente do smartphone, sua portabilidade o desenvolvimento de aplicativos que ajudam as pessoas a monitorar sua saúde respiratória, o aparelho também tem sido bastante utilizado nesta área. “Registrar sintomas e acompanhar o tratamento é uma das suas funcionalidades. Alguns aplicativos até mesmo oferecem exercícios de respiração e dicas de estilo de vida saudável, contribuindo para o bem-estar dos pacientes!, explica.
Seguindo esta linha, no entanto com foco maior no tratamento de doenças respiratórias, os inaladores inteligentes por meio de sensores inseridos em seus dispositivos, têm a capacidade de fornecer dados mais precisos e contribuir para a melhora da performance no seu uso. “É uma inovação que ajuda os pacientes a controlar melhor sua medicação para doenças respiratórias crônicas, como a asma e a DPOC. Eles fornecem feedback em tempo real sobre a forma como o medicamento está sendo inalado, ajudando a melhorar a eficácia do tratamento”, salienta.
Conforme a professora explica no estudo, com os avanços da tecnologia, promover a saúde de maneira global, está ficando cada vez mais possível. “Tão somente, os avanços tecnológicos no tratamento das doenças não se limitam a melhora da efetividade, conforto e qualidade de vida de doentes respiratórios, entrega também valores fundamentais como a melhora da experiência, a redução nos níveis de ansiedade e maior esperança relacionada a saúde como um todo”, considera. Porém, para que possam haver progressos, Cláudia afirma ser essencial que o sistema, incluindo os profissionais de saúde, estejam dispostos, atualizados e preparados para utilizar essas inovações em benefício próprio e dos seus pacientes.