ABC - terça-feira , 22 de abril de 2025

Pastor Silas Malafaia, organizador do ato de Bolsonaro no Rio, recebe condecoração militar

Pastor Silas Malafaia, organizador do ato de Bolsonaro no Rio, recebe condecoração militar (Foto: Banco de Dados)

O pastor evangélico Silas Malafaia, um dos organizadores do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o domingo (21/04), no Rio, foi condecorado com a mais alta honraria dada pelo Superior Tribunal Militar (STM) no último dia 10 de abril. Ao lado de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o pastor foi homenageado por “reconhecidos serviços e apreço” à Justiça Militar.

Malafaia, que preside a Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, recebeu a Ordem do Mérito Judiciário Militar. O grau recebido pelo pastor foi o “Distinção” que, de acordo com um regulamento da Justiça Militar sobre o prêmio, datado de 2020, é concedido a pessoas que prestam “reconhecidos serviços” ou demonstram “excepcional apreço à Justiça Militar da União”. O STM foi procurado para mais informações sobre a justificativa da honraria, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

Newsletter RD

Além do pastor evangélico, foram agraciados com a Ordem do Mérito Judiciário Militar o ministro do STF indicado por Lula, Cristiano Zanin, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

Próximo de Bolsonaro, Malafaia foi o organizador e o financiador da manifestação que reuniu milhares de apoiadores do ex-presidente na Avenida Paulista, em fevereiro. O pastor está à frente da nova manifestação convocada pelo ex-chefe do Executivo, marcado para este domingo (21/04), na Praia de Copacabana.

Na Paulista, Malafaia fez um discurso inflamado com ataques ao STF. Ao lado de Bolsonaro no trio elétrico pago pela igreja Vitória em Cristo, o pastor declarou aos manifestantes que, se a Corte ordenar a prisão do ex-presdiente, será “será para a destruição deles”.

Em uma entrevista concedida para uma rádio nesta quinta-feira (18/04), Malafaia disse que o discurso em São Paulo será “água com açúcar” comparado com o que ele fará no ato em Copacabana. “O que eu vou falar nesse dia 21 de abril não vai ser brinquedo não. Eu vou botar para quebrar”, afirmou.

O pastor disse que não vai cometer calúnia, difamação ou injúria, mas será “duríssimo com o que está acontecendo”. O objetivo, segundo Malafaia, é “desnudar” o que chamou de “safadeza que está acontecendo no País”.

Assim como na manifestação de fevereiro, o ato em Copacabana foi organizado para que Bolsonaro se defenda de investigações da Polícia Federal (PF) em que ele é alvo. Os policiais apuram a participação do ex-presidente em uma suposta tentativa de um golpe de Estado após as eleições de 2022, na venda ilegal de joias da Presidência da República no exterior e a espionagem de ministros do STF e opositores por uma “Abin paralela”.

O ato no Rio, porém, contará com um novo elemento. Bolsonaro e os seus aliados devem citar em seus discursos as críticas do empresário Elon Musk ao ministro do STF Alexandre de Moraes. Em um vídeo publicado nesta quinta-feira (18/04), onde pediu que apoiadores não levassem faixas contra a Corte, o ex-presidente disse que o mundo viu que o País está “perto de uma ditadura”.

A manifestação convocada por Bolsonaro já tem a presença confirmada de familiares, parlamentares e governadores aliados do ex-chefe do Executivo. Entre os políticos que estarão em Copacabana, estão os governadores do Rio e de São Paulo, Cláudio Castro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos). O evento também servirá como estratégia para impulsionar a pré-candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) à Prefeitura do Rio.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes