
Mais de 300 alunos, professores e funcionários do Centro Universitário FMABC estiveram presentes na manhã desta quarta-feira (24/04) em um protesto pacífico realizado em frente ao Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André. A manifestação foi convocada para exigir os direitos da instituição de ensino em relação a sua mantenedora, a Fundação do ABC, que na última semana encerrou de forma abrupta e unilateral o contrato que garantia que a FMABC gerenciasse a Clínica Médica do hospital.
Com cartazes solicitando a autonomia universitária, investimentos em infraestrutura e melhor diálogo com a mantenedora, os manifestantes mostraram preocupação com a formação acadêmica dos estudantes da área da saúde e com o serviço de qualidade que vem sendo oferecido à população desde que foi iniciada a parceria entre a FMABC e o hospital, em 2001.
A Fundação realizou a substituição da gerência da clínica médica por uma empresa sem experiência na área educacional para o direcionamento da disciplina, sem consulta prévia aos representantes da FMABC, responsáveis pela garantia da excelência acadêmica. Na última segunda-feira a mantenedora anunciou um retorno temporário do profissional responsável às suas funções o que não satisfez os alunos e professores, por não se tratar de uma solução definitiva.
O Hospital conta com um grande número de residentes e alunos do quinto e do sexto ano de Medicina, que por conta da ruptura não terão a devida supervisão e orientação profissional. A troca de comando é considerada extremamente prejudicial do ponto de vista acadêmico, já que o atendimento promovido pela disciplina é fundamental para a formação dos alunos e avaliada positivamente pela população.
“Nosso protesto foi realizado de maneira silenciosa e respeitosa, porque temos a preocupação de não atrapalhar o atendimento ao público. Estão sendo feitas inúmeras tentativas de interferir na nossa autonomia universitária e de prejudicar nossa atuação no Hospital Mário Covas, e não podemos aceitar”, explicou David Feder, médico e professor do Centro Universitário FMABC. O ato contou com a supervisão da polícia militar, que elogiou a organização e o diálogo pacífico com os manifestantes.
Apesar da resolução do impasse com a empresa de Clínica Médica, em 23/04/2024, a FMABC realizou assembleia e votou por unanimidade a manutenção da manifestação em frente ao Hospital, reiterando o seu posicionamento de resistência às medidas de ajuste recomendadas pelo MPSP no início deste ano e ao cumprimento dos dispositivos do TAC.
A FUABC notificou oficialmente o Centro Universitário FMABC sobre os riscos de realizar uma manifestação nas proximidades do maior hospital público do ABC. A Fundação destacou preocupações significativas relacionadas à continuidade dos serviços de saúde, bem como ao fluxo seguro de pacientes, visitantes e funcionários.
Paralelamente e de forma preventiva, a Fundação do ABC notificou o Ministério Público sobre a manifestação, assim como órgãos de trânsito, GCM, Polícia Militar, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e secretarias municipais de Saúde de Santo André, São Bernardo e São Caetano.
Apesar da resolução do impasse com a empresa de Clínica Médica, em 23/04/2024, a FMABC realizou assembleia e votou por unanimidade a manutenção da manifestação em frente ao Hospital, reiterando o seu posicionamento de resistência às medidas de ajuste recomendadas pelo MPSP no início deste ano e ao cumprimento dos dispositivos do TAC.
A FUABC notificou oficialmente o Centro Universitário FMABC sobre os riscos de realizar uma manifestação nas proximidades do maior hospital público do Grande ABC. A Fundação destacou preocupações significativas relacionadas à continuidade dos serviços de saúde, bem como ao fluxo seguro de pacientes, visitantes e funcionários.
Paralelamente e de forma preventiva, a Fundação do ABC notificou o Ministério Público sobre a manifestação, assim como órgãos de trânsito, GCM, Polícia Militar, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e secretarias municipais de Saúde de Santo André, São Bernardo e São Caetano.
Histórico
Nos últimos dias os integrantes do Conselho Universitário da instituição, formado por representantes dos alunos, professores e funcionários, lançaram notas de repúdio às ações da Fundação, de seu presidente e da direção do Mário Covas, denunciando o afastamento dos serviços de várias disciplinas da FMABC no Hospital.
O episódio é considerado mais um ato prejudicial da mantenedora em relação ao Centro Universitário FMABC, instituição que atua pelo ensino e pela saúde da região há mais de 50 anos. Em março, a comunidade acadêmica se mobilizou em um protesto pela autonomia universitária, reunindo mais de 500 pessoas em frente à Fundação do ABC.
Nos últimos meses, alunos, docentes e funcionários da FMABC têm denunciado o autoritarismo, as intervenções e a falta de investimentos e esforços para garantir campos de estágio por parte da Fundação do ABC, além das tentativas de controlar as operações do ambulatório e do laboratório de análises clínicas da instituição de ensino.
Nota de esclarecimento
Em nota enviada pela FMABC, a instituição informa que o único interesse da FUABC é contribuir para a melhoria permanente do Ambulatório e do Laboratório. “A proposta é de aperfeiçoamento da gestão administrativa, sem nenhum tipo de interferência na autonomia acadêmica das atividades de ensino, pesquisa e extensão”.
Ainda de acordo com a universidade, vale mencionar que a Recomendação do MPSP, bem como a Portaria 013/2024 da FUABC, não interfere nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. A FUABC tem buscado estabelecer um amplo fórum de debates, a partir da criação de um comitê misto com representantes da FUABC, do Centro Universitário FMABC e da comunidade acadêmica, visando desenvolver um plano de ação conjunto que respeite todos os aspectos envolvidos.
“Lamentavelmente, interesses pessoais e narrativas falsas têm atrapalhado o andamento dos trabalhos e gerado situações indesejadas e graves, como a realização de uma manifestação em frente a um hospital”.
Independentemente de reações adversas e manifestações, a Fundação do ABC informa que seguirá cumprindo rigorosamente seu papel social, cujo foco está centrado no paciente, na prestação de serviços de saúde com qualidade, de maneira resolutiva e humanizada. Ademais, todas as disposições do Termo de Ajustamento de Conduta serão respeitadas, assim como a Recomendação do Ministério Público e as decisões do Tribunal de Contas do Estado.