
Se em 2020 Diadema contou com 13 nomes na disputa pela sucessão do então prefeito Lauro Michels, quatro anos depois o número foi reduzido. Até o momento, quatro nomes se apresentam como pré-candidatos ao comando do Paço. Apesar da mudança, o cenário segue parecido, com os mesmos grupos em busca do principal cargo do Poder Executivo local.
Dos quatro nomes, três já estavam na disputa eleitoral de 2020. A exceção é Márcio da Farmácia (Podemos). Em tratamento de saúde, em decorrência de problemas cardíacos, o então deputado estadual não pode representar o grupo de Michels, que acabou na mão de Pretinho do Água Santa.
Recuperado, o ex-vice-prefeito tenta também recuperar o seu potencial político. Para isso, além de apostar em um pensamento diferente da atual gestão, Márcio acabou se aliando a outro nome que disputou a Prefeitura em 2020, Ricardo Yoshio (Novo), assim tentando ampliar a imagem de contraponto, pois o ex-vereador trava uma disputa de imagem com Taka Yamauchi (MDB).
Tanto em 2020 quanto em 2022, Taka e Yoshio disputaram a imagem de representação japonesa na cidade, o que ficou explicito em ações com caminhões de som durante as duas últimas eleições.
No caso de Taka, será sua terceira disputa pela Prefeitura. Em 2020, alcançou o segundo turno, perdendo por quase 6 mil votos. Acabou migrando para o comando da SP Obras, autarquia da Prefeitura de São Paulo responsável pelas intervenções na cidade.
Com apoio do prefeito paulistano, Ricardo Nunes (MDB), Taka quer usar seus feitos na Capital como forma de aumentar seu rendimento eleitoral em Diadema. Além disso, aumentou suas ações em busca dos eleitores antipetistas. No dia 25 de fevereiro, chegou a gravar vídeo em meio a manifestação de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Outro ponto insistido pelo emedebista são as críticas a taxa de lixo e sua cobrança na conta da Sabesp, e o encaminhamento de algumas obras na cidade. O seu principal alvo é a construção do Quarteirão da Educação, que é visto como a “menina dos olhos” da atual gestão.
A intervenção é uma das mais propagandeadas pelo prefeito e pré-candidato a reeleição, José de Filippi Jr. (PT), em suas redes sociais. Nos últimos meses vereadores, secretários, ministros, agentes internacionais e grupos da sociedade civil foram levados para conhecer a obra que está prevista para ser inaugurada até o final deste ano.
Filippi busca um recorde, ser o primeiro político do ABC a conquistar cinco mandatos como prefeito. O petista é o atual recordista, ao lado do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), com quatro mandatos.
O petista aposta no apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para chegar ao novo feito e assim manter o PT por mais quatro anos no poder. O Partido dos Trabalhadores foi o que passou mais tempo no comando da Prefeitura. De 1983 a 1988 com Gilson Menezes, de 1989 a 1992 com José Augusto, de 2009 a 2012 com Mário Reali, e com Filippi de 1993 a 1996, de 2001 a 2008 e desde 2021.
A única diferença foi causada por algo definido no nível nacional. Com a regra das federações, PT e PV foram para o mesmo grupo (ao lado do PCdoB), o que acabou unindo em Diadema dois partidos que eram então antagônicos. Com a federação, alguns nomes de direita deixaram o Partido Verde.
Gesiel Duarte (Republicanos) também está na disputa pré-eleitoral. Sétimo colocado em 2020, Gesiel busca representar o partido do governador Tarcísio Gomes de Freitas, apesar da “disputa” pelo apoio do Governo do Estado também travado por Márcio da Farmácia e Taka Yamauchi.
O Republicanos também busca ampliar a sua base na Câmara e a representação de grupos cristãos dentro do Legislativo.
Olhando para frente
A disputa em Diadema traz um cenário diferente em outro aspecto. O vereador Josa Queiroz (PT) já se colocou como pré-candidato a reeleição na Câmara. Porém, caso um dos deputados estaduais da federação PT/PV/PCdoB conquiste alguma Prefeitura, Josa vai acabar seguindo para a Assembleia Legislativa, pois é o primeiro suplente.