A morte súbita atinge pessoas de forma inesperada e se torna pauta quando citadas doenças que são fatores de risco para o fenômeno, que acomete dos mais novos à terceira idade, como a má alimentação e hábitos não saudáveis. Ao RDtv, o cardiologista do Centro Universitário FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), José Alexandre Silveira, comenta sobre a importância da prevenção e conscientização sobre a morte súbita.
Em sua definição, a morte súbita é aquela que ocorre abruptamente, sendo imprevisível e inesperada. Acontece tanto por processo patológico (como, por exemplo, um ataque cardíaco fulminante) como por meio de violência (envenenamento ou pancada forte na cabeça), tanto em adultos como em crianças. “Geralmente, esse tipo de caso acontece decorrente de algum fator de risco, como hipertensão, diabete, colesterol alto e tabagismo. Mas o que chama a atenção é que acomete pessoas de qualquer idade, dos mais novos aos mais à terceira idade”, comenta Silveira.
Quando se fala de morte súbita no mundo esportivo, Silveira relembra o caso de Serginho, ex-zagueiro do São Caetano, que em 2004 sofreu uma parada cardíaca durante uma partida contra o São Paulo, no Morumbi, sendo socorrido, mas falecendo aos 30 anos. “Esse caso ficou bem emblemático pelo susto coletivo. Acontecimentos como este nos trazem a tona o quão suscetíveis atletas de alto rendimento estão a terem morte súbita”, comenta.
A prática física é fortemente recomendada para a prevenção não só desse evento, mas para garantir qualidade de vida. Porém, “a dose é o que diferencia o remédio do veneno”, assim como o especialista diz, em alusão a prática de atividade física em excesso se torna mais prejudicial do que benéfica quando relacionada a possíveis problemas cardíacos.
Para buscar a prevenção, o especialista indica medidas, tanto para adultos jovens quanto para a terceira idade, como: check-up cardiovascular, medição da pressão arterial, interromper o tabagismo (se for o caso), controle constante de diabete, prática de atividade física e alimentação balanceada. Para detectar alguma anomalia que possa se converter em morte súbita, é realizado um eletrocardiograma, responsável pela avaliação da atividade elétrica do coração via eletrodos fixados na pele. Em caso de anormalidade, o paciente segue sob investigação.
Esse fenômeno é confundido com outras doenças, como o AVC (Acidente Vascular Cerebral). Mas, como explica Silveira, além de ter mais casos diagnosticados, o AVC atinge de forma que deixa sequelas no paciente. Além disso, a vacina da covid-19 não influenciou no surgimento de casos tanto de AVC quanto de mortes súbitas, isso porque, quem proporciona esses eventos é a própria covid, e não a vacinação.
“A realidade é que falamos desse assunto somente quando se torna pauta, ou seja, esperamos alguma coisa acontecer para discutir sobre o assunto. Parte de nós, médicos e sociedade, trazer essa questão à mesa e discutir como a morte súbita pode atingir a todos”, relata Silveira.