ABC - segunda-feira , 1 de julho de 2024

ABC registra 121 mil pessoas com diabetes no primeiro semestre de 2024

Data 26 de junho é celebrado o Dia da Diabetes, doença altamente degenerativa – Foto: divulgação

No dia 26 de junho é celebrado o Dia da Diabetes, data instituída pelo Ministério da Saúde em parceria com a OMS (Organização Mundial da Saúde) para fortalecer campanhas de conscientização sobre a síndrome. No ABC, o diagnóstico de diabéticos teve um aumento de 20% de 2022 para 2023. De 127 mil passaram para 153 casos. Apenas no primeiro semestre de 2024, já foram diagnosticadas 121 mil pessoas com a doença.

São Bernardo lidera as estatísticas com 80.764 casos, 12% a mais do que em todo o ano de 2023 na cidade. Tanto a rede de Atenção Básica quanto a rede Especializada disponibilizam tratamento para diabéticos, com acompanhamento da doença, oferta de medicamentos e insumos. Além disso, agentes comunitários de saúde realizam periodicamente visitas domiciliares para acompanhamento e orientação dos pacientes, bem como promovem ações de conscientização no município.

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Santo André segue entre os maiores números na região, com 25.717 diagnósticos de diabetes. A cidade segue protocolos municipais para fortalecer e qualificar a atenção à pessoa diabética por meio da integralidade e da longitudinalidade do cuidado, em todos os pontos de atenção. Alguns dos procedimentos ofertados pelo sistema público de saúde são o pré-natal de alto risco para gestantes diabéticas, tratamento não medicamentoso e avaliação e cuidado com o pé diabético. O município teve um aumento de 17% em relação a 2023.

Entre as cidades com menores índices está São Caetano com 8.111 casos de diabéticos que, diferente das outras duas cidades, apresenta queda 51% em relação ao ano anterior (16.823). Além de serviços oferecidos pela rede pública, São Caetano possui o programa Diabetes Sob Controle, que entrega sensores de glicose para crianças de 4 a 17 anos, insulino-dependentes, moradoras do município e cadastradas no Programa Estratégia Saúde da Família. Pacientes também contam com consultas com endocrinologistas, nutricionistas, pediatras, hebiatras, médicos de família.

Em seguida, Mauá registra 3.934 casos de diabetes em 2024, com uma diminuição de 75% em relação a 2023, com 15.991. Para manter os índices baixos, a Prefeitura atua em diversas frentes, como Prevenção (Primária, Secundária e Terciária), Educação em Saúde, Vigilância Epidemiológica, Políticas de Saúde e Intervenções Sociais e Ambientais. O município também disponibiliza um serviço de emergência para diabéticos, atua na preparação e mobilização rápida de recursos e profissionais de saúde para mitigar eventuais efeitos.

Ribeirão Pires indica um dos menores índices de diabéticos na região, com 2.737. As unidades de saúde da cidade promovem projetos de atividades físicas, como o “Caminhando com Saúde”, além do “Grupo Hiperdia”, voltado para hipertensos e diabéticos, que conta com dia especial para atendimento e palestras em grupos, além de prioridade e consultar e exames a cada 6 meses. A cidade apresentou uma queda de 71% quando comparada a 2023.

Diadema e Rio Grande da Serra não informaram o número de diabéticos em 2024.

Avanços na medicina e direitos do diabético

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o Brasil possui mais de 20 milhões de pessoas com algum tipo de diabetes, doença degenerativa. O levantamento demonstra a importância da busca contínua por inovação na área, segundo Tatiana Valente, endocrinologista da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC).

Realizar o diagnóstico e, posteriormente, o tratamento do diabético requer uma base científica para saber como lidar com o paciente. “Inúmeros foram os avanços da medicina em relação ao tratamento nos últimos anos. Observamos o aparecimento de inúmeras drogas para o tratamento do diabetes tipo 2, como os inibidores do SGLT-2 e agonistas do receptor do GLP-1, que se mostraram não só excelentes medicações para o controle da glicemia, mas para controle de outros fatores de risco, como hipertensão e obesidade”, comenta.

A médica conta que surgiram insulinas mais modernas, proporcionam mais conforto e qualidade de vida ao paciente, com menor número de aplicações ao dia, menos variabilidade glicêmica e menor risco de hipoglicemia, especialmente hipoglicemia noturna. Além dos avanços científicos, também houve avanço tecnológico, como sistemas de CGM (Monitoramento Contínuo de Glicose), bombas de insulinas, aplicativos que auxiliam os pacientes, plataformas digitais, entre outros.

Sistema Único de Saúde

No Brasil, os pacientes com diabetes têm acesso a serviços e direitos garantidos pelo governo, visam o controle da doença e prevenção de complicações. Essas opções incluem acesso a alguns medicamentos, insumos, serviços de saúde e direitos sociais. O Sistema Único de Saúde fornece gratuitamente medicações orais e insulinas, além de insumos como seringas, agulhas, fitas reagentes e glicosímetro para o monitoramento da glicemia, especialmente para pacientes com diabetes tipo 1.

A endocrinologista diz que existem medicações e alguns tipos de insulina fornecidos apenas nos programas de alto custo. As unidades básicas de saúde oferecem atendimento médico, nutricional, psicológico e de enfermagem para acompanhamento regular do paciente com diabetes. Periodicamente são feitos programas educativos, como programas de conscientização e educação em saúde.

No caso de pacientes que desenvolvem complicações graves que incapacitam para o trabalho, podem ter direito à aposentadoria por invalidez, mediante a avaliação do INSS. Existem outros direitos garantidos, como benefício assistencial por ser portador de diabetes com complicações graves, benefícios de transporte e cartão para estacionamento para pacientes com diabetes com complicações que têm mobilidade limitada.

“É importante que os pacientes estejam informados sobre esses direitos e procurem os serviços disponíveis para garantir o melhor cuidado possível”, comenta Tatiana.

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