O avanço tecnológico é evidente, e a implantação de novas tecnologias como as inteligências artificiais se torna inevitável por conta da necessidade das indústrias em se aperfeiçoarem para nova demanda. Ao RDtv, o engenheiro, conselheiro de empresas, professor associado da Fundação Dom Cabral e ex-reitor da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Gustavo Donato, comenta sobre a necessidade do ABC aderir novas estratégias de negócio para não ficar para trás, este um dos tópicos de sua palestra que acontece no CIESP São Bernardo, no dia 3 de julho.
O Global Innovation Index, ranking anual de países de acordo com sua capacidade de sucesso em inovação, entrega alguns resultados que, segundo Donato, não colaboram para o Brasil ocupar a nona posição das maiores potências econômicas mundiais. Alguns dados do ranking apontam que o País está na posição 49° em inovação, 118° em ambientes prósperos para negócios e 78° na atuação conjunta de universidade, empresas e governos. “Não faz sentido a nona potência mundial estar tão abaixo em relação a outras estatísticas. Isso só prova como o Brasil depende de outros setores como o agronegócio e venda de minérios para ter uma economia alta, sem investir em tecnologia e inovação”, comenta.
Com este argumento, o especialista explica que antes de aplicar a tecnologia nas indústrias, é essencial que se faça um planejamento de como, por que e aonde as ferramentas serão aplicadas, evitando gastos desnecessários e que ofereça suporte à projetos inovadores. Um dos exemplos citados é na área de marketing, em que Donato comenta que havia a presença de profissionais atuando nas áreas criativas dos negócios e que, devido a atualização do mercado de trabalho por conta das novas tecnologias e inteligência artificial, novas funções foram requeridas, como analistas de SEO (Otimização para motores de busca), de IA e de ciência de dados.
Em sua análise, Donato afirma que o Brasil vive de duas patologias, sendo o priorizar o curto prazo, sem se planejar para grandes investimentos, e trabalhar de formar operacional, e não estratégica, visando otimizar resultados. “Me espanta a região não ter uma visão conjunta para os próximos cinco, 10 ou 15 anos. A realidade é que não podemos esperar medidas nacionais para nos mobilizarmos. Temos que, em atuação conjunta do Consórcio ABC, unir as cidades em prol da tecnologia e inovação”, diz.
O primeiro passo envolve diretamente a educação, por parte da capacitação e formação de profissionais alinhados com os planejamentos propostos para a região. Além disso, essa mudança se refere não somente ao surgimento de pessoas com novas capacidades envolvendo tecnologia e inovação, mas com a mudança de mentalidade da empresa em investir em novos projetos, bem como de cada membro da cadeia do mercado de trabalho que os empregos mudam, e que é necessário se adaptar a essas mudanças.
“Todas as áreas do mercado de trabalho são importantes, mas o crescimento do PIB se deve a quantidade de formandos nas áreas de engenharia, ciência, tecnologia e computação. Temos instituições de ensino da região devem mostrar o quanto a tecnologia é essencial nas indústrias, e o quanto existe a necessidade de neoindustrializar o que temos hoje para criar novas oportunidade amanhã”, comenta Donato.
Negócios do Futuro: a Sintonia Entre Ia, Tecnologias Emergentes e Pessoas – Em duas sessões no dia 3 de julho (quarta-feira), às 17h30 e às 19h, Gustavo Donato convida empreendedores no CIESP de São Bernardo (rua Sarmento de Beires, 341 – Centro) para discutir a necessidade de empresas adotarem novas posturas em relação as tecnologias atuais. O ingresso é adquirido pelo link https://www.sympla.com.br/evento/plenaria-ciesp-sbc-negocios-do-futuro-a-sintonia-entre-ia-tecnologias-emergentes-e-pessoas/2507199?utm_source&referrer=www.youtube.com