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No dia 15 de março do ano passado, o jovem João Victor Silva, de apenas 11 anos, morador de São Bernardo, sofreu um mal súbito enquanto andava junto ao seu tio, em frente de sua casa. Hoje, sua mãe Vanessa Alves cuida do filho, que foi diagnosticado com paralisia cerebral, e conta com a parceria de seguidores através do perfil do Instagram @todos_pelojoao para realizar campanhas de arrecadação para pagar tratamentos e consultas, além de futuramente adquirir um carro adaptado.
Vanessa conta que João sempre foi uma criança feliz e saudável, que não tinha problemas de saúde e nunca foi internado. “Ele nunca apresentou nenhum sinal que indicasse algum problema de saúde. Mas até que aconteceu o mal súbito, em que ele ficou com uma parada cardíaca de aproximadamente 28 minutos. O SAMU demorou para chegar, então decidi levar ele na UBS mais próxima”, conta. Ao chegar na unidade de saúde, a equipe médica levou cerca de 20 minutos para reanimar João. Devido ao tempo da parada, tanto o lado esquerdo quanto o direito do cérebro foram afetados.
Após a normalização do estado de João, ele foi transferido para o Hospital Mario Covas, internado por dois meses e meio. Vanessa conta que, segundo a equipe médica do hospital, João sofreu paralisia cerebral e que era um quadro irreversível. “Não aceitei a resposta deles, quem dá a última palavra é Deus e creio que Dele virá a cura do meu filho”, comenta. Atualmente, João realiza uma sessão mensal de fonoaudiologia e duas de fisioterapia por semana através do SUS.
A partir deste momento, Vanessa abriu mão de seu trabalho para se dedicar 24 horas por dia para cuidar do menino, sendo apenas o seu esposo trabalhando fazendo bicos. Ela então conversou com outras mães que passam por situações similares a de dela, e com a ajuda de uma das primas de João, foi criado o perfil no Instagram para atingir mais pessoas e arrecadar fundos para os tratamentos.
Depois que João começou seus tratamentos em casa, Vanessa buscou outras oportunidades que atendam a necessidade de seu filho, mesmo que, em algumas situações, diz ter se sentido desrespeitada. “Tentei conseguir uma vaga para ele no Centro de Reabilitação Lucy Montoro. Certa vez, consegui uma avaliação em dezembro, mas infelizmente, na data da avaliação ele estava internado, então perdemos. Quando dei um retorno a eles, disseram que não seria possível marcar uma nova avaliação por admitirem crianças com dispositivo, que no caso meu filho é a traqueostomia, respirando com a ajuda de traqueostomia, se alimentando por sonda. E penso como é triste, porque se é um centro de reabilitação que visa fazer justamente com ele não dependa mais desses aparelhos, por que não admitir?”, questiona.
Desde a criação do perfil nas redes sociais, seguidores compartilham o perfil, doam itens para serem rifados e realizam a doação financeira direta para ajudar a causa. Graças as doações, Vanessa explica que toda verba arrecada é destinada ao tratamento, consultas e demais gastos envolvendo a recuperação de João.
Atualmente, a família está com uma campanha aberta para adquirir um carro adaptado, que visa facilitar a locomoção de João entre consultas e tratamento feitos fora de sua casa. “Já esperamos doze horas por uma ambulância. Entendo que existe uma demanda no município e que não há tantas ambulâncias, por isso não podemos depender disso para evitar atrasar em consultas e não sujeitar o João a ficar tanto tempo exposto”, diz.
“É difícil depender de ajudas, pois uma hora temos e em outro momento não. Não desistirei, sou eu que cuido dele e não é fácil. Meu psicológico está abalado por ver meu filho nessa situação, uma criança que sempre foi tão esperta, e hoje não poder andar nem comer. Não sei se ele sabe quem sou ou mesmo se me entende, mas tenho fé que ele irá se recuperar”, comenta Vanessa. Na segunda-feira (2406), ela entrou com uma liminar na Justiça para conseguir uma equipe multidisciplinar para colaborar com o tratamento do filho.
Mais informações de como ajudar com doações estão no perfil do Instagram @todos_pelojoao.