ABC - quarta-feira , 23 de abril de 2025

Imagem de cavalo puxado por veículo viraliza, mas veterinários não veem maus tratos

Cavalo é puxado pelo motorista que ao mesmo tempo dirige o veículo. (Foto: Reprodução)

Chamou a atenção um vídeo publicado na segunda-feira (01/07) em redes sociais com um homem que dirigia um veículo pelo bairro Batistini, em São Bernardo, e puxava um cavalo por uma corda. O motorista reveza os comandos do veículo, que não é automático, e a atenção com a corda. O cavalo não parece estar sendo forçado a andar em aparenta ferimentos, mas nas redes sociais, foram muitos os comentários denunciando maus tratos. Dois médicos veterinários comentaram o assunto.

Para o veterinário de Rio Grande da Serra, Jefferson Villela de Oliveira, não é possível, pelas imagens, dizer que há maus tratos contra o equino. “Na minha opinião isso não configura maus tratos, para mim quem está correndo mais risco é o motorista. Não se verifica, por exemplo a privação do bem estar, nem condições precárias, muito menos o animal está sendo chicoteado ou apresenta alguma marca ou sangramento. O que vejo ali é que o animal pode ter escapado, o dono saiu atrás de carro e acabou encontrando e o trouxe de volta puxando pela corda e dirigindo. Acho que é só uma irresponsabilidade na condução do veículo”, aponta o veterinário com 25 anos de atuação.

Newsletter RD

Para a médica veterinária e professora da Universidade Metodista de São Paulo, campus São Bernardo, Gabriela Sibaldo Diniz, o vídeo também não traz evidências de maus tratos, apesar dela considerar que a forma de condução do animal não foi a mais adequada. “Apesar de não ser ideal isso não configura maus tratos. Não temos informações sobre o estado de saúde do animal nem por quanto tempo ou distância ele teve que andar. Acho que dessa forma como ele foi levado o expôs a um risco de acidente, tanto para o animal como para outras pessoas”, aponta.

Para a professora da Metodista, o ideal seria que o equino fosse conduzido por uma pessoa à pé, ou pelo menos que estivesse do outro lado do veículo como passageiro. “Esse tipo de situação não é tão raro de acontecer, um veículo à frente do animal, porque os animais costumam fugir”.

O veterinário Jefferson Villela de Oliveira, também disse que não são raras as fugas e em geral o tutor do animal de vale do recurso que tem para retirá-lo da rua. “Se o animal estivesse preso a uma charrete talvez ninguém dissesse nada, mas naquela imagem ele está apenas andando. Aqui em Rio Grande da Serra, animais que escapam não são casos raros. Temos animais soltos, mordendo pessoas e comendo lixo”, completa.

O RD procurou a prefeitura de São Bernardo, que não comentou o assunto. A DICMA (Delegacia de Investigação de Crimes sobre o Meio Ambiente) tem unidade em São Bernardo, mas a Secretaria de Segurança Pública também não se posicionou sobre a situação.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes