
Na última semana os alunos das escolas públicas de Santo André voltaram às aulas, mas para alguns alunos moradores do Parque Andreense, o retorno não foi fácil, o mau estado das ruas do bairro não deixou que o micro-ônibus que transporta os jovens até as escolas chegasse até os alunos. As ruas Platão e Rio Pequeno, são as mais afetadas, mas moradores relataram que mais ruas apresentam problemas. Só em Santo André são 41 mil alunos na rede municipal. Em Diadema, alunos da Escola Municipal José Martins da Silva, voltam a estudar em meio à obras que seguem no colégio até outubro.
“O problema das ruas é que estão sempre enlameadas”, disse uma moradora que preferiu não se identificar e que teve que levar o filho até o começo da rua para ele embarcar no micro-ônibus.
Outra moradora relatou que como a prefeitura não faz a poda das árvores, essas ruas que não são afetadas, estão sempre enxarcadas. “Há muito tempo não tem poda das árvores, então elas ficam sobre a fiação, dificulta a entrada do sol que poderia secar a rua depois de uma chuva e causa esse atoleiro todo” diz. “Isso fora os carros dos moradores que quebram direto, idosos e crianças que sofrem algum tipo de acidente, ou torcem o pé ou furam o pé, porque não tem essa conservação das ruas”.
A prefeitura informou em nota que vai enviar técnicos da prefeitura ao local nesta terça-feira (30/07). “A Prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos, irá enviar uma equipe nesta terça-feira (30) ao local para verificar as condições da via e efetuar o reparo. A Secretaria de Educação esclarece que não houve interrupção no atendimento do transporte para os alunos, nem alteração de rota. Vale salientar que qualquer alteração de itinerário só ocorre em casos em que o fluxo da via for interrompido totalmente e/ou a via possa apresentar riscos aos passageiros”, diz o comunicado.
Diadema
Em Diadema 29,8 mil estudantes voltaram às aulas após o recesso escolar, mas parte deles, os alunos da Escola Municipal José Martins da Silva, no Eldorado, ainda vão conviver com uma grande obra no colégio, pelo menos até outubro. O colégio passa por uma grande intervenção, orçada em R$ 7 milhões após anos de abandono, a prefeitura culpa a gestão anterior. Em 02/05, durante as obras, uma peça de concreto que faria parte da caixa d´água da escola estava sendo içada por um guindaste, se desprendeu e caiu sobre uma das salas da escola destruindo parte daquela instalação. Não houve feridos e a sala é parte do colégio que estava interditada para obras.
A prefeitura diz que alunos e funcionários não têm acesso à parte do terreno onde acontecem as obras e que as aulas foram retomadas normalmente com segurança. “Quanto à segurança relacionada à obra, todas as medidas de proteção coletivas são adotadas pela prefeitura. Os alunos não têm acesso aos locais que estão sendo reformados”, garantiu a prefeitura em nota. Um pai de aluno, ouvido pelo RD, disse não notar risco para os alunos.
O episódio do guindaste foi mais um de uma série de acidentes ocorridos na escola. Em novembro de 2019 a cobertura de ferro e aço da quadra de esportes desabou durante um temporal. Meses antes deste primeiro acidente o RD denunciou a corrosão na estrutura metálica. Ninguém se machucou porque a quadra já estava interditada. Em fevereiro do ano passado a reportagem denunciou também que algumas árvores estavam tão próximas do telhado que folhas e galhos obstruíam as calhas e chovia em algumas salas. No mês seguinte uma dessas árvores caiu atingindo a escola e a rede elétrica, ninguém se feriu.