ABC - terça-feira , 22 de abril de 2025

Cirurgião vascular esclarece riscos e sintomas dos aneurismas

Um aneurisma é uma dilatação anormal de um vaso sanguíneo, geralmente uma artéria, causada pelo enfraquecimento da parede do vaso, o que aumenta o risco de ruptura, formando uma espécie de “bolha”. O tema tem ganhado crescente atenção devido ao aumento do número de pessoas afetadas e às perdas significativas que essa condição pode causar.

Ao RD, o cirurgião vascular Sidnei José Galego, do Hospital e Maternidade Brasil, destaca a importância de conscientizar a população sobre a gravidade dos aneurismas e comenta sobre a falta de informações sobre a doença e suas possíveis consequências fatais.

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(Foto: Reprodução/RDtv)

De acordo com o médico, os aneurismas podem surgir em várias partes do corpo, sendo mais comuns no cérebro (aneurisma cerebral) e na aorta (aneurisma da aorta, tanto abdominal quanto torácico). No caso do aneurisma cerebral, a dilatação ocorre nos vasos sanguíneos do cérebro e, se houver ruptura, pode resultar em uma hemorragia cerebral, provocando um AVC hemorrágico, que pode ser fatal ou causar danos neurológicos graves.

Já o aneurisma da aorta afeta a maior artéria do corpo, responsável por levar o sangue do coração ao resto do organismo. Quando localizado na aorta abdominal, é particularmente perigoso, pois sua ruptura pode causar um sangramento interno fatal.

“Quando falamos de aneurisma, muitas pessoas pensam apenas no cérebro, o que é um grande equívoco. A condição mais comum ocorre na região abdominal. O problema é que, na maioria das vezes, os aneurismas são assintomáticos, o que significa que o paciente não percebe a falha estrutural até que ocorra uma ruptura, muitas vezes levando ao óbito”, explica o médico.

Quem está em risco?

Os aneurismas afetam principalmente grupos específicos da população, como:

– Pessoas acima de 60 anos
– Hipertensos
– Fumantes
– Diabéticos

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de aneurismas incluem:

– Pressão arterial elevada (hipertensão)
– Fatores genéticos
– Tabagismo
– Colesterol elevado
– Doenças que enfraquecem as paredes dos vasos sanguíneos

“O grande vilão dos aneurismas é o tabagismo, que aumenta em até três vezes o risco de ruptura, o que pode ser fatal e muitas vezes impede que o paciente chegue ao hospital a tempo de receber tratamento”, alerta o cirurgião.

Sintomas

Muitos aneurismas não causam sintomas até se romperem ou crescerem o suficiente para pressionar estruturas próximas. No entanto, dependendo da localização, os sintomas podem incluir:

– Dor de cabeça súbita e intensa (no caso de um aneurisma cerebral rompido)
– Dor nas costas ou no abdômen (em aneurismas da aorta)
– Fadiga, visão dupla ou dor acima dos olhos (aneurisma cerebral não rompido)

Como descobrir e tratar

Essa condição silenciosa exige atenção especial, especialmente entre os grupos de risco, e reforça a importância de exames preventivos e de hábitos saudáveis para evitar complicações, como a prática de exercícios físicos. Embora preocupante, a identificação de um aneurisma de aorta pode ser relativamente simples. Um ultrassom abdominal é suficiente para diagnosticar a condição e é essencial para aqueles que estão nos grupos de risco. “Para esses grupos, é recomendável realizar um ultrassom abdominal a cada seis meses para controle e rastreamento de possíveis aneurismas da aorta”, orienta.

No caso do aneurisma cerebral, a incidência é significativamente menor, afetando cerca de 0,5% da população. Contudo, ao contrário do aneurisma da aorta, um simples ultrassom não é suficiente para detectá-lo. “Para identificar aneurismas cerebrais, são necessários exames mais específicos, como tomografia, angiotomografia ou ressonância magnética”, explica o especialista.

E quanto aos jovens?

Muitas pessoas acreditam que aneurismas afetam apenas indivíduos mais velhos, mas essa é uma ideia equivocada. Adolescentes e jovens adultos também podem ser afetados pela condição. “Em pessoas mais jovens, o aneurisma tende a ser mais comum em indivíduos altos e magros, que possuem maior sensibilidade nas articulações, conhecidos como marfanoides”, diz o especialista.

A conscientização sobre aneurismas deve ser ampliada para todas as faixas etárias, especialmente para aqueles com fatores de risco ou histórico familiar.

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