
Por Bruno Castro
Temos nos afogando em ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, mas sedentos por conhecimento. Essa maré, que avança sobre nós, promete revolucionar o mundo. Mas, afinal, para onde somos levados? A facilidade com que encontramos informações nos torna mais sábios ou mais confusos?
À medida que nos deixamos seduzir pelo brilhantismo aparente dessas ferramentas de IA, arriscamos trocar a profundidade do conhecimento humano por uma versão superficial, confusa e enviesada da realidade.
O problema não está na inteligência artificial em si, mas na forma como a utilizamos e confiamos cegamente em suas respostas. Quando o conteúdo gerado pela IA começa a se alimentar de outros conteúdos gerados pela IA, perdemos a essência e a originalidade do conhecimento e entramos, talvez, no mais perigoso cenário: a ilusão do saber.
Com isso, corremos o risco de perder o que nos torna verdadeiramente humanos: a capacidade de pensar criticamente e de compreender o mundo de maneiras novas e profundas.
René Descartes dizia que o mundo evolui pelas perguntas que fazemos e não pela resposta que obtemos. Fazer as perguntas certas, ter um amplo repertório, uma visão nexialista e um alto senso crítico é o que vai orientar a tecnologia e a humanidade para além do óbvio.
A IA pode processar dados e executar tarefas de maneira extraordinária, mas é a nossa capacidade de pensar e questionar que molda como e por que a usamos.
Nos novos cursos de graduação da Faculdade do Comércio (FAC) teremos a oportunidade de abordar junto aos discentes a dimensão do pensamento crítico com a execução das ferramentas tecnológicas nas organizações e seus reflexos na sociedade. Inclusive, estamos com turmas abertas e bolsa de estudo de 80%. Inscrições até o dia 30 de agosto.

Bruno Castro é professor na Faculdade do Comércio (Faculdade das Associações Comerciais).