
O projeto de lei que prevê a criação de escolas municipais militares em Santo André, acabou não sendo votado nesta terça-feira (17/09) por conta da falta de um parecer da comissão de Justiça e Redação da Casa. A propositura é de autoria do vereador Rodolfo Donetti (Cidadania), que prevê que que ela não terá dificuldades para ser aprovada e a medida implantada na cidade.
Estava tudo pronto para a votação, Donetti inclusive, já havia conversado com os vereadores e na sua percepção já tem a maioria para aprovar a medida. Segundo ele seria feito um convênio entre a prefeitura e o Estado, para garantir um policial militar da reserva para atuar nas escolas juntamente com um coordenador pedagógico.
“Nessa época de campanha a vida do vereador fica muito corrida e acabou que dois vereadores integrantes da comissão não estavam em plenário, por isso o projeto acabou adiado para a semana que vem”, explicou o parlamentar. Na sessão desta terça-feira, a Câmara recebeu inclusive o professor Robson Feitosa, apresentado pelo presidente do Legislativo como professor de estratégia militar, que veio acompanhar a votação, mas saiu sem ver o projeto ser submetido à votação.
Donetti que é policial militar da reserva, saindo do policiamento das ruas para a vereança, diz que o ensino militar não será, a seu ver uma imposição e apenas mais uma alternativa para os pais. “O importante é ter um local onde tenha educação com qualidade e disciplina. Eu sou policial militar e tive uma vida regrada por princípios e valores e isso para mim foi muito bom, mas quem não quer não tem problema, não é um embate que queremos”, explica.
No caminho da conciliação, Donetti diz que tem conversado com os vereadores e viu que alguns são contra outros não sabem bem do assunto e por isso ele teve conversas individuais com os demais parlamentares para explicar a proposta. A ideia é fazer, parecido com o que o governo fez nas escolas estaduais, fazendo uma consulta à comunidade escolar. “Os professores não aguentam mais a falta de disciplina dos alunos, eles vão ser beneficiados. Eu quero ouvir os pais também sobre o que pensam da educação dos seus alunos e deixar claro que essa é apenas uma alternativa que, se não der certo a gente tira também. Na Câmara tenho já a convicção de que a medida vai passar, calculamos que já temos os votos necessários”, completa o autor da medida.
Estado
No Estado, o projeto do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de implantar escolas civico-militares teve 302 adesões de escolas estaduais sendo 15 delas no ABC. A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) que é contra a medida, organizou atos de protesto em várias partes do Estado incluindo a região.
“Não queremos a formatação de mentes. Quem ensina é o professor, o policial militar tem que garantir a segurança de professores e alunos no entorno da escola. Do muro para dentro quem atua é professor”, disse o presidente da Apeoesp, Fábio Santos de Moraes, em recente entrevista ao RD.