
As doenças cardiovasculares, sempre associadas as pessoas mais velhas, agora atingem um número crescente de jovens entre 15 e 49 anos. Fatores como estresse, má alimentação, sedentarismo e até a poluição estão contribuindo para o aumento desses casos, de acordo com especialistas. Se trata da principal causa de mortes no mundo, representando cerca de 30% dos óbitos anuais no Brasil, ou aproximadamente 400 mil mortes por ano.
Dados da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) apontam que o país registrou um aumento de 62% nas mortes de mulheres de 15 a 49 anos por infarto de 1990 para 2019. Na faixa etária de 50 a 69 anos, o número quase triplicou, com alta de aproximadamente 176%. Quase 10% dessas mortes ocorrem em pessoas com menos de 35 anos.
Fatores de risco, aliados ao estilo de vida agitado, criam uma “tempestade perfeita” para o aumento das doenças cardiovasculares entre jovens. A falta de tempo para cuidar da saúde, praticar atividades físicas e manter uma alimentação balanceada contribui para o agravamento do problema.
O alerta acontece na semana do Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro, e em meio à campanha Setembro Vermelho, que busca conscientizar sobre a importância da prevenção.
O estilo de vida sedentário, alimentação inadequada e hábitos prejudiciais, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, são os principais responsáveis por esse cenário. Muitos jovens não se dão conta dos riscos porque não fazem acompanhamento médico regular. Quando combinados esses fatores com o estresse e a ansiedade, o risco de um ataque cardíaco precoce aumenta significativamente.
Dados da SBC apontam ainda que, de janeiro até o início de setembro de 2024, mais de 271 mil pessoas faleceram em decorrência de infartos, AVCs e outras complicações cardíacas. Esse número é quase o dobro das mortes causadas por câncer, três vezes mais do que as provocadas por acidentes e violência, e seis vezes maior que as mortes por infecções, como a AIDS.
Embora os números sejam preocupantes, especialistas afirmam que é possível reverter essa tendência com mudanças no estilo de vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% das mortes por doenças cardiovasculares poderiam ser evitadas com hábitos mais saudáveis, como o controle do colesterol, que se acumula nas artérias e pode causar entupimentos.