A Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) promove uma série de ações durante o Mês Nacional de Conscientização do Alzheimer, com objetivo de sensibilizar a população e combater o estigma em torno da doença. Uma das principais atividades será a caminhada em homenagem ao Dia da Pessoa Idosa, que aconteceu neste domingo (28/9), em São Caetano.
Essas ações buscam não apenas conscientizar, mas também oferecer apoio e informações essenciais para famílias e profissionais que lidam com a doença diariamente. Em entrevista ao RDtv, Fábio Henrique de Gobbi Porto, neurologista e presidente da Abraz, e a gerontóloga Thais Bento Lima-Silva, coordenadora de grupos para cuidadores da Abraz, comentam sobre a doença.
Segundo Porto, o aumento na incidência do Alzheimer é uma realidade preocupante, especialmente em países em desenvolvimento. “A população está envelhecendo, e isso faz com que doenças cujo principal fator de risco é a idade, como o Alzheimer, cresçam significativamente”, explica. O médico ressalta que, no Brasil, esse cenário pode se agravar ainda mais nos próximos 30 anos devido à falta de preparação para mitigar fatores de risco, como doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, isolamento social e até mesmo a poluição do ar.

A gerontóloga Thais Bento Lima-Silva, cientista na área de Neurologia Cognitiva e do Comportamento, enfatiza que a prevenção é essencial para reduzir os casos de demência. “A prevenção começa nas fases iniciais da vida, envolve um estilo de vida ativo e saudável que deve ser adotado em todas as idades”, ressalta.
Thais destaca a importância de considerar as particularidades cognitivas da geração atual, como a exposição excessiva à tecnologia e o impacto do contexto pós-pandêmico, que podem influenciar o surgimento de doenças neurodegenerativas.
Objetivo da campanha
Um dos principais objetivos da campanha deste ano é quebrar preconceitos e estigmas em relação ao Alzheimer. Com o tema “É hora de agir”, a campanha visa mostrar que muitas dificuldades enfrentadas não são fatores normais do envelhecimento, mas sinais que precisam ser investigados. Fábio Porto complementa que, embora o Alzheimer ainda não tenha cura, existem tratamentos que podem retardar sua progressão e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “Quando diagnosticamos cedo, podemos oferecer reabilitação e tratamentos que realmente fazem a diferença”, destaca.
Os encontros da Abraz para cuidadores têm como objetivo discutir os desafios enfrentados por aqueles que cuidam diretamente de pacientes com Alzheimer. “Os cuidadores, sejam familiares ou profissionais, muitas vezes enfrentam uma sobrecarga psicológica e emocional significativa. Por isso, é fundamental que tenham acesso a informações e suporte”, explica Thais.