O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, perde apenas para o câncer de pele. A doença, que afeta principalmente homens acima de 50 anos, apresenta um grande impasse: apesar de estar entre os tipos de câncer que mais matam, é altamente tratável e curável quando diagnosticada precocemente. Por isso, é necessário abordar o assunto para diminuir o preconceito e a falta de informação que impedem um rastreamento adequado.
Em entrevista ao RDtv, o urologista Fábio José Nascimento, do Hospital Brasil, observa que muitos homens ainda chegam ao consultório com medo e receio dos exames preventivos. “O toque retal, infelizmente, carrega um estigma que não faz sentido, mas, felizmente, esse preconceito vem diminuindo. Cada vez mais, vemos os homens compreendendo que cuidar da saúde é o mais importante”, diz o médico. O exame de toque é fundamental para avaliar o tamanho, a textura e possíveis anomalias na próstata, que podem indicar a presença do tumor.
Além do exame de toque, o teste de PSA (Antígeno Prostático Específico) também é essencial para o diagnóstico. “O PSA é um exame de sangue simples que mede os níveis de uma proteína produzida pela próstata. Valores alterados podem sugerir a presença de câncer”, explica Fábio. Contudo, o médico faz questão de ressaltar que os exames de rastreamento não são definitivos: “Nem sempre um PSA alterado ou uma alteração no toque indicam câncer. Eles servem para alertar e guiar para exames complementares.”

A maior preocupação em relação ao câncer de próstata é o fato de ser uma doença silenciosa. Nos estágios iniciais, a maioria dos homens não apresenta sintomas, e quando os sinais aparecem — como dificuldade para urinar, urina com sangue ou dor óssea — a doença já pode estar em estágio avançado. “Por isso, a detecção precoce é essencial. Quando diagnosticado no início, as chances de cura ultrapassam 95%”, afirma Fábio Nascimento.
O tratamento do câncer de próstata varia de acordo com o estágio da doença. Nos casos iniciais, a vigilância ativa pode ser uma opção, quando o tumor é de baixo risco e o acompanhamento constante é suficiente. Em outros casos, tratamentos como cirurgia, radioterapia e hormonoterapia podem ser necessários. “O importante é que, mesmo em casos mais avançados, existem muitas opções de tratamento que podem garantir uma boa qualidade de vida ao paciente”, garante o urologista.
A conscientização, como a campanha Novembro Azul, busca desmistificar os exames preventivos e incentivar os homens a cuidarem de sua saúde. “A palavra preconceito tem se tornado cada vez menos relevante”, afirma. “Hoje, os homens chegam ao consultório de forma mais natural para o rastreamento. O tabu está diminuindo, mas ainda precisamos continuar a conscientização.”
Além dos exames preventivos, homens com histórico familiar de câncer de próstata devem iniciar o rastreamento mais cedo, a partir dos 45 anos, enquanto os demais podem começar aos 50. O médico explica que esses check-ups regulares podem salvar vidas: “Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de cura e menos agressivo tende a ser o tratamento.”