
Uma movimentação de guindaste e operários junto à passarela de Paranapiacaba, chamou a atenção de moradores e de quem frequenta o local nesta quinta-feira (09/10). As obras são realizadas pela MRS Logística, empresa que opera a linha férrea com trens de carga e que é responsável pela conservação dos equipamentos. A passarela data do século 19 e é tombada em âmbito municipal, estadual e federal. O IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) informou que a obra é de escoramento provisório, já que está em análise um projeto para restauração completa da passarela.
Um comunicado de 2022 e que consta no site da MRS, aponta uma série de regras para a utilização da passarela, principalmente nos dias de grande fluxo de pessoas, como nos festivais de inverno que acontecem anualmente na vila. Entre as medidas estão o tráfego de pedestres em fila indiana com distanciamento de um metro entre um e outro e não parar sobre a passarela para tirar fotos para não interromper o fluxo de pessoas em travessia. Esse comunicado aponta ainda que, em 2021, uma avaliação técnica conduzida por empresa especializada e coordenada pelo engenheiro Fernando Stucchi, professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e especialista renomado em estruturas, apontou a necessidade de intervenções.
A MRS não respondeu se na época foram feitas intervenções emergenciais para garantir a segurança da passarela que é a única comunicação entre a parte alta e a parte baixa da vila. Questionada sobre as obras que acontecem agora, a empresa não se posicionou.
O IPHAN informa que o projeto de restauro completo ainda não foi aprovado e que as intervenções que acontecem no local são de escoramento provisório. “O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) esclarece que são permitidas intervenções, desde que justificadas e previamente aprovadas pelo Instituto. O Iphan foi comunicado em 2018 sobre problemas estruturais na mencionada passarela e aprovou, inicialmente, obras de reforço e escoramentos pontuais provisórios da estrutura até a conclusão de projeto de restauro. Atualmente, está em fase final de análise o projeto executivo de restauro definitivo do bem, elaborado pela concessionária que o administra. Pelo projeto, serão substituídas peças danificadas para recuperação da estabilidade e da acessibilidade”, informou o instituto.
Quando o projeto de restauro completo da passarela estiver aprovado, segundo o IPHAN, a obra será feita em fases e em trechos modulares para não interromper o acesso dos pedestres. “Destaca-se que, além de avaliar o projeto, os técnicos da autarquia vistoriam periodicamente as intervenções e seguirão verificando os procedimentos de escoramento”, completa o órgão de proteção do patrimônio.
A prefeitura de Santo André que é dona da vila ferroviária desde 2002, ainda não se pronunciou a respeito da obra.