
Nesta terça-feira (15/10) é celebrado o Dia do Professor, do profissional responsável por transmitir conhecimentos a todas as esferas da sociedade, do infantil ao ensino superior. Além de destacar o papel do docente, a data chama atenção para os desafios da categoria. A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) aponta o enfrentamento ao autoritarismo, desvalorização, desrespeito e ao assédio moral impostos pelo governo.
O professor Fabio Santos de Moraes, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), diz que falta valorização da categoria, porque são impostas políticas que ferem a liberdade dos professores, como a plataformização, além do não reajuste adequadamente os salários-base, a defesa da privatização das unidades escolares. “Também ao propor o corte de investimento na educação pública, ao propor acabar com a liberdade e a pluralidade nas escolas com o projeto cívico-militar e outros ataques”, comenta.
Para o professor, ao não assegurar valorização, autoridade dos professores e tampouco boa infraestrutura nas unidades, o governo contribui para o surgimento de conflitos com estudantes, e isso reflete também numa escola que não se apresenta atraente para os estudantes.
Escolas cívico-militares
Um dos principais pontos questionados pelo presidente se refere as escolas cívico-militares, que segundo o docente não se apresenta como solução para combater a violência dentro da sala de aula, sequer de qualificar o ensino nas escolas.
A lei que cria o Programa Escola Cívico-Militar na rede pública de ensino foi sancionada em maio de 2024 pelo governador Tarcísio de Freitas, já aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo anteriormente. O novo programa prevê que as escolas cívico-militares manterão um núcleo civil, responsável pela gestão pedagógica e administrativa, e um núcleo militar, que fará o desenvolvimento de atividades extracurriculares de natureza cívico-militar, bem como garantir a segurança e a disciplina dentro das unidades.
“Dizer que esse projeto é uma solução para combater a violência nas escolas, ou mesmo qualifica o ensino, é uma falácia. Policiamento tem que ser no entorno da escola. Dentro da unidade escolar, é preciso presença de número suficiente de funcionários, gestão democrática e participativa, estrutura adequada para a escola ser atraente e projetos de conscientização e prevenção à violência”, comenta Moraes.
Avanços e futuro da educação
Apesar dos desalinhamentos com o governo do Estado, o presidente da Apeoesp destaca haver ações e resultados favoráveis nas escolas públicas por trabalhos desenvolvidos pelos professores e professoras, apesar de todas as dificuldades impostas pela gestão.
Para combater a violência em sala de aula, por exemplo, o sindicato, através de pesquisas realizadas com a comunidade escolar, apresenta ao governo a problemática da violência nas unidades escolares que é uma extensão da violência na sociedade.
“Já sugerimos algumas ações ao governo que, infelizmente, são ignoradas. O combate à violência deve ser feito com a adoção de projetos políticos-pedagógicos que envolvam toda a comunidade, com escola atrativa estruturalmente, com a presença de mais funcionários e da gestão democrática através do Conselho de Escola”, destaca o presidente da Apeoesp.