ABC - terça-feira , 22 de abril de 2025

Centro-direita leva vantagem no ABC e PT termina com uma prefeitura

As eleições 2024 oficialmente terminaram neste domingo (27/10). Três das sete cidades do ABC escolheram seus prefeitos na segunda etapa do pleito. Em Mauá, Marcelo Oliveira (PT) conseguiu a reeleição. Em Diadema, Taka Yamauchi (MDB) foi eleito em sua terceira tentativa. E em São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), assume o comando do Paço. Eleição foi marcada por polarizações e a vantagem da centro-direita no Poder Executivo.

Taka, Oliveira e Lima tiveram menos votos que as respectivas somas de votos brancos e nulos, e as abstenções (Foto: Reprodução)

Das sete prefeituras da região, cinco ficaram com partidos alinhados a ideologias mais conservadoras. O PL manteve duas prefeituras, Ribeirão Pires com Guto Volpi e São Caetano com Tite Campanella. O PSDB manteve o comando de Santo André com a vitória de Gilvan Júnior (PSDB). O Podemos assume São Bernardo pela primeira vez e o MDB volta em Diadema após 42 anos.

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A esquerda se mantém em Mauá, mas perde Diadema, com o PT. Enquanto Rio Grande da Serra se apoia no PSB com Akira Auriani, visto como um político de centro em um partido de centro-esquerda.

Segundo os dados do cientista político Nilton Tristão, o Podemos conseguiu um bom aproveitamento no segundo turno, alcançando 83% de vitórias nas cidades que contou com representantes. O PSD chegou a 82% de aproveitamento e o MDB a 70%. PT e PL foram os “lanternas” com 31% e 27%, respectivamente.

Mudança em Diadema

Taka também reforçou a promessa de entregar 5 mil habitações na cidade, buscando parcerias com Estado e União (Foto: Reprodução/RDtv)

No caso de Diadema, a vitória de Taka quebrou a possibilidade de um quinto mandato de José de Filippi Jr. (PT). E tal fato aconteceu com o emedebista vencendo em todas as zonas eleitorais, ou seja, vencendo o petista “fora de casa”, nas regiões norte, leste e sul. E garantindo um resultado amplo na região central.

Taka conquista o comando do Paço diademense após três tentativas. Em 2012 teve menos de 1 mil votos para vereador, ainda filiado ao PSDB. Em 2016, surpreendeu e ficou em quarto lugar com um pouco mais de 23,5 mil votos, na época filiado ao PSD. Pelo mesmo partido, conseguiu chegar ao segundo turno e perdeu por cerca de 6 mil votos. E desta vez estabeleceu uma distância de 11,4 mil votos.

Aos 46 anos e passagens na Secretaria de Obras de Ribeirão Pires e na SPObras, Taka Yamauchi terá como desafios as obras encaminhadas pela atual gestão junto ao Governo Federal como o novo hospital e as duas unidades do CEU (Centro Educacional Unificado) nos bairros Promissão e Inamar, além da promessa sobre o fim da Taxa do Lixo.

São Bernardo segue com o mesmo grupo

Marcelo ressaltou sua promessa de apoio às famílias atípicas de São Bernardo (Foto: Reprodução/RDtv)

Ex-vereador, ex-vice-prefeito e ex-deputado federal, Marcelo Lima (Podemos) ocupará o principal gabinete do 18º andar da Prefeitura de São Bernardo. Mesmo sem o apoio imediato do atual prefeito Orlando Morando (PSDB), que preferiu apoiar o nome de Flávia Morando (União Brasil), Lima conseguiu aglutinar a maior parte do grupo governista no segundo turno.

Marcelo nunca escondeu que sua intenção era manter o modelo de gestão de Morando, mas acrescentar sua cara em alguns pontos, entre eles, o retorno da cidade ao Consórcio Intermunicipal Grande ABC. A vitória sob o deputado federal Alex Manente (Cidadania) também é vista como uma “vitória” de Morando, pois conseguiu um bom resultado com Flávia e apoiou o vencedor no segundo turno.

Marcelo Oliveira garante reeleição em Mauá e mantém PT no cenário

Marcelo Oliveira ressalta novos investimentos em drenagem na área central para acabar com as enchentes (Foto: Reprodução/RDtv)

A polarização esperada em Mauá terminou com o atual prefeito Marcelo Oliveira (PT) conquistando larga vantagem contra Atila Jacomussi (União Brasil). A distância foi de 15,2 mil votos, bem diferente dos 2,6 mil votos que separaram os mesmos candidatos em 2020.

Em uma campanha que ocorreu nas ruas e na Justiça Eleitoral, o petista conseguiu se manter no poder e garantir uma maioria sólida (14 vereadores) no Legislativo, além de conseguir até o apoio do PSDB na segunda etapa da eleição, com Zé Lourencini. Agora, Marcelo passa a ser o principal representante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na região, fato encarado como uma possibilidade de mais investimentos federais.

Abstenções, brancos e nulos “vencem” o segundo turno

No segundo turno, a soma dos votos brancos, nulos e abstenções superaram a votação dos vencedores. Em Diadema, cidade que terminou com 29,85% de eleitores que não foram votar, a soma daqueles que não escolheram nem Filippi e nem Taka foi de 120.084, um pouco mais de 4 mil eleitores a mais do que os que votaram no emedebista.

Em São Bernardo, a distância foi maior. 32,3% dos eleitores não foram votar e 273.763 pessoas não escolheram nem Marcelo e nem Alex, uma diferença de 67,9 mil votos para o vencedor das eleições. Em Mauá, a abstenção foi de 30,56%. E o número de eleitores que não votaram nem em Marcelo Oliveira e nem em Atila foi de 129.505, ou seja, 27,3 mil a mais do que o prefeito reeleito.

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