
A Uber lançou nesta quarta-feira (22/1) seu serviço de mototáxi em São Paulo, o que intensifica a concorrência nesse segmento e amplia suas opções de serviço. A novidade ocorre em meio à disputa judicial entre a 99 e a Prefeitura da cidade, que tem questionado a regulamentação do serviço.
Recentemente, a administração municipal intensificou as operações contra o transporte irregular de passageiros por motocicletas, resultando na apreensão de mais de 100 motos associadas ao “99 Moto” até o momento. A autoridade local proíbe esse tipo de atividade desde 2023, justificando a medida com preocupações relacionadas à segurança dos usuários.
Em resposta, a 99 argumenta que suas operações estão respaldadas pela legislação federal, especificamente pela Política Nacional de Mobilidade Urbana, e anunciou que arcará com os custos das motos apreendidas, e também afirma que recorrerá ao Tribunal de Justiça de São Paulo para assegurar os direitos de seus motoristas e usuários.
A falta de diálogo entre as partes envolvidas agrava o conflito e para Nina Desgranges, pesquisadora do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS Rio), iniciativas como o projeto “Conecta Trabalhadores” são importantes para mediar situações semelhantes. “O projeto busca canalizar as vozes dos trabalhadores de app e conectá-los aos setores público e privado para discutir melhores condições de trabalho. Iniciativas como essa facilitam o diálogo e podem ajudar a encontrar soluções equilibradas para conflitos entre empresas de tecnologia e autoridades municipais”, diz.
A administração da cidade mantém sua posição contrária, com o prefeito Ricardo Nunes classificando a atividade como uma “carnificina” devido aos riscos envolvidos. Enquanto isso, os profissionais que utilizam a plataforma expressam preocupação com as apreensões e temem perder sua fonte de renda.