
A ONG Ficar de Bem, localizada em Santo André, atua há 37 anos em prol da proteção de crianças, adolescentes, mulheres e idosos em situação de vulnerabilidade social. Atualmente, a organização administra 19 projetos no ABC, com iniciativas que incluem acolhimento institucional, combate à violência, promoção da autonomia e execução de políticas públicas essenciais.
Em entrevista ao RDtv, Melissa Terron, a superintendente da Ficar de Bem, e Ariane Bravin, coordenadora de projetos, compartilharam as conquistas e desafios na gestão dos programas quen transforma vidas.
Fundada em 1988 pelo pediatra Dr. Emílio Jaldin Calderon, a Ficar de Bem surgiu a partir da observação de casos de violência infantil durante atendimentos médicos. “Ele percebeu que muitas crianças sofriam violências justificadas de maneira incoerente pelos responsáveis”, relembra Melissa. Inicialmente, o foco da instituição era atender crianças e adolescentes vítimas de violência. No entanto, em 2017, a ONG expandiu seu alcance, passando a incluir mulheres e idosos em suas ações e fortalecendo projetos voltados a jovens em situação de risco. Atualmente, a organização oferece acolhimento institucional para 40 crianças e busca ampliar continuamente suas iniciativas para atender às demandas emergentes da comunidade.
Melissa destaca que o trabalho da ONG vai muito além do assistencialismo, contribuindo significativamente para o fortalecimento das políticas públicas e a movimentação da economia local. “Geramos empregos, impulsionamos a economia e garantimos direitos essenciais à população. A combinação de voluntários e profissionais qualificados proporciona um atendimento humanizado, aliado a uma gestão sólida. Essa estrutura é fundamental para lidar com o aumento constante das demandas”, explica.
Projetos

Entre as iniciativas da Ficar de Bem, o apadrinhamento afetivo se destaca por seu impacto transformador. Voltado para crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos em acolhimento institucional, o Projeto Fênix a oferece convivência familiar e comunitária. Ariane explica que, por vezes, a rotina dos centros de acolhimento não permite uma atenção individualizada às crianças, na qual o apadrinhamento consegue oferecer. “O projeto promove conexão única e ajuda no desenvolvimento emocional e social dessas crianças, principalmente aquelas em adoção tardia”, diz.
Outro serviço oferecido é a República Jovem, destinada a jovens de 18 a 21 anos que deixaram os serviços de acolhimento e ainda precisam de suporte para alcançar autonomia. Com poucas vagas, a iniciativa proporciona um ambiente que simula a vida adulta, auxiliando na transição para a independência financeira e pessoal. A ONG também realiza abordagem de jovens em situação de rua, oferecendo apoio e orientação para que eles tenham acesso a serviços especializados e possam reconstruir suas vidas.
Na gestão das cinco unidades do Bom Prato no ABC, Melissa destaca o impacto do programa, que vai além da segurança alimentar. Desde a pandemia, o perfil de usuários se diversificou, incluindo estudantes, trabalhadores e mães solteiras que enfrentam dificuldades financeiras. “Esse é um dos melhores exemplos de políticas públicas eficazes, oferecendo dignidade junto com alimentação de qualidade a quem precisa”, comenta.
Para atender mulheres vítimas de violência, a Ficar de Bem mantém a Casa da Mulher Paulista, espaço que oferece apoio psicológico, jurídico e social. O serviço busca romper ciclos de violência e planeja ampliar o horário de atendimento para atender melhor as mulheres trabalhadoras.
Além disso, a ONG desenvolve o Centro Dia para Idosos em São Bernardo, projeto que proporciona atividades como artesanato, música e exercícios físicos, promovendo autonomia e qualidade de vida para 50 idosos diariamente. Equipes especializadas também realizam visitas domiciliares para atender idosos que não podem sair de casa.
Para mais informações sobre os projetos da ONG Ficar de Bem, basta acessar o site https://ficardebem.org.br.