
O prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), encaminhou à Câmara dos Vereadores, nesta terça-feira (18/02), o projeto que propõe uma minirreforma administrativa no quadro de cargos do governo, com destaque para o retorno da Secretaria de Comunicação, que deixará o status de coordenadoria. A futura pasta já teria um nome cotado para assumi-la: Márcio de Souza, ex-chefe de gabinete do ex-prefeito e atual deputado estadual Atila Jacomussi (União Brasil).
A proposta da minirreforma administrativa aumenta de 25 para 26 o total de secretarias municipais na gestão petista, com o retorno da Comunicação ao primeiro escalão. Desde abril de 2017, o setor possui status de coordenadoria, vinculado diretamente à chefia de gabinete, que, naquela ocasião, era ocupada pelo próprio Souza, responsável por articular o “rebaixamento” do segmento para comandar ambas as áreas no governo.
Em sua trajetória, Souza já foi braço direito e amigo próximo de Atila, participando de campanhas para prefeito e deputado estadual, além de assessorá-lo na superintendência do Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) e, posteriormente, na Assembleia Legislativa. Em 2017, assumiu a chefia de gabinete na Prefeitura de Mauá. Entretanto, após uma gestão conturbada, marcada por prisões e pelo impeachment do então prefeito, ambos romperam e seguiram caminhos distintos.
Em 2020, Souza passou a atuar em Ribeirão Pires, integrando a equipe de comunicação de Clóvis Volpi (PL), vitorioso na eleição para prefeito daquele ano. Posteriormente, trabalhou na gestão do filho, Guto Volpi (PL), como assessor especial de governo, até ser desligado no início deste mês, em meio a especulações sobre divergências internas.
Ainda no ano passado, Souza voltou a ter presença política em Mauá, desta vez no palanque de Marcelo Oliveira, que disputou dois turnos acirrados contra Atila e conquistou a reeleição para mais quatro anos como prefeito. Com sua saída de Ribeirão Pires, seu nome começou a ser cogitado para um cargo na cidade vizinha.
Ao RD, Souza despistou e sugeriu que o nome para comandar a Secretaria de Comunicação seria Tarcísio Tadeu, marqueteiro de Marcelo Oliveira na última eleição. “O Marcelo é meu amigo, temos uma relação muito boa há muito tempo. Eu achava que o (secretário) seria o (Tarcísio) Tadeu. Quem sabe receba uma ligação? Mas saí de Ribeirão Pires para tocar meus projetos profissionais. O pessoal fica me ligando para dizer ‘vai ser você’ (o secretário)”, brincou.
Apesar da sugestão de Tadeu, nos bastidores do Paço já se dá como certo que o futuro secretário de Comunicação será Souza. Enquanto isso, o governo evita confirmar publicamente nomes, pois a minirreforma ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento. A matéria deve passar por duas votações na próxima semana, que, excepcionalmente, contará com duas sessões agendadas para terça-feira (25) e quinta-feira (27), devido ao feriado de Carnaval.
Minirreforma
Com 455 páginas, a minirreforma administrativa apresentada por Marcelo Oliveira prevê, além da recriação da Secretaria de Comunicação, a criação de novos departamentos e mudanças em suas atribuições. Outra alteração envolve a Ouvidoria do Município, que poderá ter uma indicação direta do prefeito em períodos de vacância, enquanto entidades da sociedade civil organizada e a Câmara deliberam sobre a escolha do novo chefe do órgão.
O projeto também propõe a criação de novos setores governamentais, como a Coordenadoria de Regularização Fundiária e Projetos Habitacionais, vinculada à Secretaria de Habitação. Durante a sessão no Legislativo, o secretário de Governo, Hélcio Silva (PT), apresentou a proposta, que será analisada pelos 23 vereadores antes da apreciação em plenário.
Questionado sobre o projeto, Hélcio evita classificá-lo como uma “reforma administrativa”, afirmando que se trata apenas de uma “adequação de alguns cargos”. “O governo entendeu que é importante reconstituir a Secretaria de Comunicação para dar uma estrutura melhor ao setor, que será essencial. Não se trata de uma reestruturação completa, não estamos fazendo uma mudança geral. Vários projetos voltados à estrutura administrativa já haviam sido apresentados como remendos, e agora consolidamos todas essas mudanças em uma única lei. Foi um ajuste necessário”, explicou.