
Entre todos os sete prefeitos do ABC, Taka Yamauchi (MDB), de Diadema, é o único que começa o mandato com a base aliada figurando no papel de minoria na Câmara dos Vereadores. Passadas três sessões em 2025, o emedebista não enviou um projeto de lei sequer ao Legislativo, onde conta com apenas seis dos 21 parlamentares em seu palanque. Entretanto, o chefe do Executivo diz que não está enfraquecido e segue tranquilo perante a pressão de parte dos vereadores.
Ainda sob reflexos de uma eleição de dois turnos acirrada com o seu antecessor José de Filippi Júnior (PT), que elegeu 14 parlamentares no seu arco de aliança, Taka enfrenta duas frentes no Legislativo: a bancada oposicionista do PT e o G10 – grupo de 10 vereadores independentes -, puxado pelo presidente do Legislativo, Rodrigo Capel (PSD). Desse modo, o prefeito enfrenta pressão por explicações sobre diferentes temas e acusações de nepotismo, tudo isso nem completados dois meses de governo.
No entanto, Taka remete às gestões do PT, inclusive a do antecessor José de Filippi Júnior, para justificar seu foco neste momento, como dívidas herdadas e problemas estruturais pela cidade. “É natural que nem todos os vereadores acreditem que a situação era tão ruim como a que demonstramos com provas. Estar em minoria na Câmara não significa estar enfraquecido. Pelo contrário, seguimos firmes na nossa missão de representar a população com responsabilidade e independência”, afirma.
Enquanto isso, a relação de Taka com o G10 segue fria e distante, gerando ruídos entre Executivo e Legislativo. A semana passada, por exemplo, foi marcada pelo requerimento apresentado pelos vereadores independentes, atrelando a gestão do emedebista ao crime de nepotismo. O documento foi endossado pela bancada do PT – com exceção de Jeferson Leite – e, uma vez aprovado em plenário, será encaminhado ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo).
Nada disso, porém, parece incomodar Taka, que deixa claro sobre não ter o apoio da maioria no Legislativo: “Não estamos aqui para acordos de conveniência, mas para defender os cidadãos que nos elegeram. Seguiremos trabalhando com determinação, cobrando responsabilidade e exigindo que a Câmara esteja a serviço do povo, e não de interesses particulares”.
A respeito da falta de projetos de lei por parte do governo, o prefeito diz que as propostas serão encaminhadas em breve, independentemente do número de parlamentares na sua base de sustentação. “Desde que assumimos o governo temos trabalhado dia e noite para recuperar a cidade. Nossa missão tem sido colocar o município em ordem, tarefa que tem exigido força-tarefa de toda a equipe”, conclui.