
Em plena crise de abastecimento, com bairros inteiros ficando sem água no ABC e com a justificativa de alta demanda, uma tubulação da Sabesp bem perto da ETA (Estação de Tratamento de Água) do Ribeirão da Estiva jorra água tratada há pelo menos cinco meses. O relato é do presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida do ABC), José Soares da Silva, que notou o problema em setembro do ano passado. Agora a Sabesp diz que vai consertar o vazamento.
Segundo o ambientalista desde setembro do ano passado até agora nada foi feito no local. “Só o mato cresceu em volta, mas ninguém fez nada”, diz Silva. Do Ribeirão da Estiva, do Rio Grande que deságua na Billings, é captada água para abastecer Rio Grande da Serra.
O RD perguntou à Sabesp sobre porque nenhuma providência foi tomada até que a reportagem fizesse contato com a companhia de água. Não houve resposta para esta questão, como também não foi respondido se a empresa vistoria as tubulações expostas, como a que está rompida. No entanto, em nota, a Sabesp diz já ter começado os serviços de reparo.
“A Sabesp informa que já está trabalhando no reparo da tubulação de água em Rio Grande da Serra. Novas válvulas foram instaladas para permitir o isolamento do trecho afetado e viabilizar a manutenção sem afetar o abastecimento. Devido às características do local, que é de difícil acesso, a Companhia está construindo uma ponte para garantir o acesso seguro de equipamentos pesados e equipes técnicas, permitindo a continuidade dos reparos de forma eficiente e segura”, diz o comunicado.
O RD tem ouvido moradores de diversos bairros nos últimos meses relatando baixa pressão da água que acontece em determinados períodos do dia ou dias inteiros sem abastecimento. A justificativa da companhia tem sido o alto consumo, mas o vazamento em Rio Grande da Serra demonstra que não houve acompanhamento dos dutos da companhia. “A gente vê o volume dos reservatórios cair durante a crise hídrica e aqui na cidade esse situação, um vazamento na tubulação de distribuição de água tratada, um desperdício que a Sabesp não cuida”, completa o ambientalista.