Levantamento da Confederação Nacional da Indústria, com dados extraídos em 2023, mostram as mulheres ocupam 39,1% dos cargos de liderança no País. Apesar crescimento do crescimento de 4,4 pontos percentuais em 10 anos, a importância da ocupação feminina destes espaços é cada vez mais evidente. Ao RDtv desta sexta-feira (07/03), a Pró-reitora de Pós-Graduação e Extensão, do Centro Universitário Fundação Santo André (FSA), Andréa Dias Quintão, celebra a luta feminina para alcançar tais locais, mas ainda vê a luta seguindo em diversos outros aspectos.
Formada em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais, Andréa está há 23 anos na FSA, sendo que há 15 anos acumula o dia a dia como professora com cargos de liderança, passando pela Coordenação de Estágios, Diretora da Faculdade de Engenharia e há quatro anos como Pró-Reitora. A educadora, em conversas com outras mulheres da Fundação, considera que apesar da diferença de histórias e trajetórias, todas estabeleceram uma luta baseada na necessidade.
“Eu acho que tem o fator pessoal do desafio, lógico, mas a gente também fala que tem a necessidade. Eu falo que a mulher, hoje em dia, ela não é só professora, ela é mãe, professora, sustenta a cada. Ela precisa cuidar dos alunos, ela precisa cuidar dos filhos, tem essa questão da necessidade. Falamos isso nas rodas de conversa, quais são as motivações que levaram as mulheres a chegar nos cargos de liderança e ainda por cima, permanecer? A mulher não desiste jamais.”, inicia.
Para a Pró-Reitora, este processo de luta para superar os mais diversos estágios do machismo e dos processos de uma sociedade patriarcal transformaram as mulheres em “seres extraordinários” e que aprenderam a não aceitar o “não” dado por aqueles que buscam impedir o seu progresso na vida.

“As mulheres estão mais ousadas, com mais coragem, apesar que sabemos que o mercado é ainda aquele mercado antigo em que a mulher ganha menos que o homem. A luta é uma luta continua, a gente precisa mostrar o nosso valor, às vezes, para ser aceita. Muitas vezes você entra em um ambiente machista, e eu falo brincando, tem que dar uma carteirada e falar ‘quem você acha que eu sou? Não é isso você está imaginando.’. Infelizmente ainda temos que conquistar o nosso espaço, o nosso respeito.”, aponta.
Apesar de se sentir respeitada dentro da Fundação Santo André, Andréa aponta que precisa se impor em ambientes diferentes. Além disso, considera que as mulheres precisam saber cada vez mais sobre a importância da independência e o quanto é necessário para evitar situações de violência, por exemplo.
Além da inspiração em outras lideranças dentro da FSA, Andréa considera que também acaba inspirando alunas, inclusive em cursos que até pouco tempo atrás eram vistos como “exclusivamente masculinos”, como no caso da Engenharia. Apesar da predominância de homens nas salas de aula, o aumento do número de cursos universitários passou a atrair mais mulheres.
Apesar de alguns momentos em que o machismo pode aflorar contra as alunas, algo que Andréa chegou a testemunhar, hoje em dia a aceitação das meninas é bem melhor, na sua visão. Mas reforçou que em outros cursos, como a Psicologia, a predominância feminina mostra que o espaço foi bem conquistado.