
Uma das parcerias que começam a serem desenhadas à partir da entrada do município de São Paulo no Consórcio Intermunicipal do ABC, firmada nesta sexta-feira (14/03) na sede da entidade regional em Santo André, é o compartilhamento dos dados e das tecnologias do Smart Sampa, plataforma que reúne uma série de dados obtidos pelo reconhecimento facial das câmeras espalhadas pela Capital até mecanismo de ajuda à mulheres vítimas de violência. Segundo o prefeito 820 pessoas foram presas em seis meses, só com o uso da tecnologia.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse, durante a primeira reunião com os sete prefeitos do ABC, que quer disponibilizar o que a Capital já tem de tecnologia na área de segurança pública. “Com o Smart Sampa, em seis meses de trabalho, colocamos na cadeia 820 foragidos da justiça, mais de 2 mil flagrantes, então é um know how que a gente desenvolveu e que podemos compartilhar. Eu tenho um centro de informação, a gente vai poder compartilhar as informações com as polícias municipais daqui (do ABC); o uso de tecnologia hoje é fundamental, não se faz segurança sem tecnologia. Estudamos as grandes cidades do mundo que diminuíram a criminalidade e vimos que elas atuaram na questão social, de vulnerabilidade, mas também em efetivo e tecnologia. Ninguém ia colocar 820 foragidos na cadeia em seis meses, sem dar um tiro, sem o uso da tecnologia, com o reconhecimento facial e com as identificações (de suspeitos), então a gente tem muita coisa lá de tecnologia para compartilhar”, disse o emedebista.
O prefeito paulistano disse que contribuições também podem ser compartilhadas na segurança para a mulher. “Temos 4,5 mulheres com medida protetiva, que têm um app e se chegar o agressor perto ela aciona o aplicativo, e isso já vai para o Smart Sampa, no quadro georreferenciado já mostra onde ela está e quais as viaturas próximas. Toda essa tecnologia vou compartilhar com os municípios, então essa união vai resultar em mais combate a violência contra a mulher e mais segurança”, aponta.
Com 42 votos na Câmara Paulistana, cinco a mais do que era necessário, foi aprovada a mudança da nomenclatura da Guarda Civil Metropolitana, para Polícia Municipal, o prefeito considerou esse resultado uma forma de valorização dos guardas municipais. “É um reconhecimento aos nossos valorosos policiais municipais, vamos propor agora um projeto de lei de convênio com os municípios para trocar experiências e convênios com organismos nacionais e internacionais para treinamento além de elaborar um novo brasão e a bandeira da polícia municipal. Nesse projeto também vamos incluir o Smart Sampa e o nosso canil. Então com essa mudança vamos atualizar a lei abrangendo tudo isso. Hoje todos os nossos policiais municipais têm pistola automática e fuzil e é isso que a gente vai continuar fazendo. Temos um stand de tiro, e a gente vai por isso na lei também”, disse sobre o aparelhamento da segurança municipal. “Todos os institutos apontam que a segurança é a principal preocupação, antes foi a saúde, portando cabe a nós, como prefeitos dar o que a população deseja”, completou Nunes.
Polícia
Para o comandante da Polícia Militar no ABC, Coronel Carlos Alberto Rodrigues Sanches Júnior, a cooperação entre os municípios e o compartilhamento de tecnologias vão reforçar a cooperação que já existe na região das forças de segurança, do Estado e municipais. “Todas as iniciativas que forem adotadas pelos poderes constituídos neste sentido têm o apoio da Polícia Militar. Independente da nomenclatura, respeitando-se as missões constitucionalmente definidas, essas iniciativas são bem vindas e o objetivo sempre tem que ser a melhor prestação de serviço para a nossa comunidade”, disse o oficial que participou da reunião no Consórcio que marcou a entrada da Capital no colegiado de prefeitos.
Segundo o comandante, a cooperação no trabalho entre a PM e as, agora chamadas, polícias municipais, já existe e pode ser ampliado. “Isso já é feito no âmbito da Polícia Militar ns fronteiras com outros comandos regionais. Nesse contexto deve ser inserido também a missão das futuras polícias municipais”, disse. O coronel considera até que as polícias do Estado e dos municípios poderiam inclusive compartilhar um faixa de rádio para ajudar na comunicação de forma instantânea. “Uma frequência em comum é possível e necessária, o cidadão quando precisa não vê cor de farda; quando vê uma viatura chegando ele vê a solução para o problema dele, não importa qual esfera de governo está lhe oferecendo aquele serviço”.
O comandante da PM diz também que a tecnologia usada no combate ao crime pode ser aprimorada com o compartilhamento da tecnologia usada pelo Smart Sampa. “A gente tem aqui no ABC, na maioria dos municípios, tem os comandos de operações integrados, que seriam as salas de controle com videomonitoramento, inclusive com o trabalho conjunto dos órgãos constituídos como Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, órgãos de trânsito, então essa integração do COI, como é chamado no ABC, com o Smart Sampa vai ser muito boa para a população”, completa.
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