A tempestade que caiu na região na última segunda-feira (31/03) reforçou a necessidade de investimentos em ações de drenagem. Em entrevista ao RDtv, o engenheiro e ex-secretário executivo do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Edgard Brandão, aponta a necessidade de construções de outros piscinões na região para auxiliar no trabalho que em parte será feito pelo Jaboticabal. Outra preocupação é com a limpeza de córregos e reservatórios, que caso não seja feita, pode trazer novos problemas em futuros temporais.
Brandão relembra que o piscinão Jaboticabal foi o ponto principal apontado na primeira versão do Plano Regional de Macro e Micro Drenagem, realizado pelo Consórcio ABC em 2016. A obra visa ajudar Santo André, São Bernardo, São Caetano e Mauá. O projeto foi retomado em 2019 e tem previsão de entrega para o final de 2025. Mas a principal preocupação do especialista é a necessidade de novos reservatórios para os córregos que estão em volta do rio Tamanduateí, principalmente em Santo André.
O engenheiro citou três exemplos. Os córregos Carapetuba (que passa por baixo da rua Álvares de Azevedo), do Cemitério (que passa pela escola estadual Américo Brasiliense) e o Beraldo (que passa pela avenida Prestes Maia), junto com o Guarará, passam pela estrada de ferro e deságuam no rio Tamanduateí. Na sua visão, mesmo que o Jaboticabal possa absorver parte da água que iria para este rio, ainda seriam necessários outros reservatórios em casos de chuva extrema.

“Eu não sou extremamente favorável a você fazer reservatórios de retenção, os chamados piscinões, mas você não tem como fugir disso. Outra coisa é a limpeza desses córregos, principalmente esse que é o Carapetuba, você não sabe como está lá embaixo.”, explica.
No caso do Beraldo, durante a gestão de Paulo Serra, Santo André chegou a confirmar um financiamento de 50 milhões de dólares junto a CAF para fazer um reservatório no local em que abriga a Praça do Skate Ana Brandão. Porém, o projeto não seguiu.
E agora a preocupação aumenta, pois todos os córregos citados passam pela área em que futuramente receberá parte da linha 20-Rosa do Metrô. Para Edgard Brandão, o Governo do Estado tem que aproveitar a construção da linha para investir em drenagem para aquela área, principalmente levando em conta o aumento de enchentes dentro da estação Santo André – Prefeito Celso Daniel, da CPTM, que também receberá a futura estação de Metrô. Caso o Estado não faça este investimento, existe a possibilidade de se repetir no território andreense o que ocorreu em estações na região central da Capital, que neste ano foram inundadas após fortes chuvas.