
Em um cenário social marcado por múltiplas transformações e olhares cada vez mais plurais, promover a diversidade no ambiente de trabalho tornou-se uma necessidade urgente. Atenta a esse contexto, a Secretaria de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, por meio do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), lançou nesta terça-feira (15/4) o Programa Diversidade, iniciativa que visa construir um espaço mais acolhedor, justo e representativo para todos os colaboradores.
Idealizado pela Gerência de Recursos Humanos da autarquia, por meio do Serviço Social, o programa tem como missão tornar o Semasa uma referência no enfrentamento ao assédio, à desigualdade de gênero, à homofobia, ao etarismo, capacitismo e ao racismo estrutural, além de fomentar uma cultura organizacional baseada no respeito às diferenças.
“Grande parte da nossa vida a gente está no ambiente de trabalho. Frequentar um local onde há respeito e inclusão é muito importante porque é com a diversidade que a gente cresce, evolui e se coloca no lugar do outro”, explica o secretário de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Edinilson Ferreira dos Santos.
Este programa também integra as premissas da A3P (Agenda Ambiental na Administração Pública), iniciativa criada pelo Governo Federal que possui, entre os seus eixos, a promoção da qualidade de vida no ambiente de trabalho.
O programa Diversidade se desdobrará em uma série de ações estratégicas ao longo do ano, como: aplicação de pesquisas internas, capacitações voltadas a lideranças e gestores, formação de grupos de afinidade e a realização de eventos temáticos. Um deles é a Semana da Diversidade, que começou hoje com a palestra de abertura da educadora, escritora, professora da Universidade Federal da Bahia e influenciadora Bárbara Carine. Com uma trajetória marcada pela militância na área da educação antirracista, ela abordou temas como equidade racial e a importância de promover relações étnico-raciais mais saudáveis no ambiente profissional e social.
“Eu fiquei muito surpreendida positivamente com o fato da construção de um programa de diversidade em um momento em que o mundo está na contramão desse processo. Desde 2023, a gente está vivendo um recuo das práticas de ESG (sigla em inglês para “environmental, social and governance” – ambiental, social e governança) da ONU. Isso significa que há interesse e uma demanda local entorno dessa questão”, disse Carine. Ela também é idealizadora da Escola Afro-brasileira Maria Felipa, que possui unidades em Salvador e no Rio de Janeiro.
“O programa foi estruturado com base em cinco eixos de atuação: equidade de gênero, inclusão de pessoas com deficiência, diversidade sexual e de gênero, combate ao etarismo e relações étnico-raciais”, detalha a assistente social do Semasa e uma das idealizadoras do programa, Raquel Timóteo.
A programação da Semana da Diversidade segue ao longo dos próximos dias, com atividades como cafés da manhã interativos com esquetes teatrais, sessão de cinema de um filme que aborda o etarismo e bate-papo sobre vieses inconscientes. A partir de maio, começam os treinamentos específicos voltados às lideranças da autarquia, marcando a continuidade do programa e o compromisso com uma gestão pública mais inclusiva e transformadora.