O ex-presidente José Sarney foi diagnosticado com covid nesta quarta-feira (16/04), após fazer o teste da farmácia que confirmou a presença do vírus. Segundo assessores, Sarney já há alguns dias apresentava sintomas de um resfriado um pouco mais forte e se sentia cansado. Tinha tosse e coriza. Ele está em Brasília e se preparava para viajar a Minas Gerais, onde participaria, na segunda-feira (21), de uma cerimônia para lembrar os 40 anos da morte do ex-presidente Tancredo Neves.
Diante da persistência dos sintomas, os enfermeiros que trabalham na casa, cuidando de D. Marly, esposa do ex-presidente, recomendaram que ele fizesse o teste. Ao receber o resultado positivo, o ex-presidente falou com o infectologista David Uip, que está em São Paulo e é um dos maiores especialistas do País, e com a cardiologista Nubia Welerson Vieira, de quem já é paciente.
Ele foi submetido a exames de imagem e laboratoriais no Hospital Brasília Águas Claras, Rede Américas. Os resultados não mostraram alterações. “O ex-presidente está clinicamente estável, os exames estão dentro da normalidade, não foi necessário interná-lo, ele foi medicado e recomendado repouso por sete dias”, diz o boletim médico divulgado pela cardiologista.
Sarney permanecerá em casa com a esposa, mas os filhos vão evitar as visitas por cauda do receio do contágio.
De acordo com assessores, o que o ex-presidente mais sentiu foi não poder comparecer às homenagens que serão prestadas ao presidente Tancredo Neves, morto em 1985, a quem ele sucedeu.
A posse de Sarney – embora ele e Tancredo tenham sido eleitos pelo Colégio Eleitoral – pôs fim aos anos em que o País viveu sob as regras do golpe militar de 1964. Tancredo e Sarney foram os dois últimos presidentes escolhidos por eleição indireta. Foi em seu período no cargo que o Congresso promulgou a nova Constituição Federal, em 1988, que está em vigência desde então. A partir de 1989, quando Sarney deixou o cargo, o Brasil passou a viver sob o regime democrático e elegeu, já pelo voto direto, Fernando Collor, que foi afastado da presidência por um processo de impeachment, em 1992.