As despedidas ao Papa Francisco seguem no Vaticano. Ao mesmo tempo que seu corpo é velado, o mundo busca compreender o seu legado para a Igreja Católica e para o mundo. Na visão de Dom Pedro Carlos Cipollini, Bispo da Diocese de Santo André, o pontífice conseguiu apresentar com seu carisma e capacidade de administração uma imagem mais humana de seu cargo.
Dom Pedro, ao RDtv desta quarta-feira (23/04), relembrou que já tinha ouvido falar do então Arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, porém, o conheceu pessoalmente na Jornada Mundial da Juventude de 2013, que ocorreu no Rio de Janeiro, poucos dias após Bergoglio ter sido eleito como Papa.
A simplicidade, a alegria, o acolhimento e a humildade foram vistos nos simples gestos do pontífice. “Essa característica dele que nós todos chamamos de humildade, eu gostaria de chamar de humanidade. Ele era um Papa humano. Porque muitas vezes, dependendo do cargo as pessoas, e nós aqui frequentemente vemos políticos, intelectuais juízes que as vezes o pessoal costuma brincar que alguns pensam que são deuses e outros tem certeza. O Papa tinha certeza de que ele era um ser humano e ele se comportava como um ser humano que é papa, e isso faz toda diferença.”.
Para o Bispo de Santo André, o Papa Francisco seguiu a fala do apóstolo Paulo, descrita no livro de Filipenses. “Nada façais por competição ou vanglória, mas, com humildade. Cada um julgue que o outro é mais importante, e não cuide somente do que é seu, mas também do que é do outro.”.
Outra característica lembrada foi a administrativa. Franciso conseguiu emplacar reformas importantes na Igreja, principalmente após escândalos como o do Banco do Vaticano. Dom Pedro ressalta que seu carisma também o ajudou neste processo.

“O Papa Bento XVI queria fazer as reformas, ele tinha consciência de que precisava fazer uma limpeza em muitos setores da Igreja. No funeral do Papa João Paulo II, o então cardeal Ratzinger, que depois foi o Papa Bento XVI, fez uma homilia falando disso. E precisava fazer mesmo uma limpeza, mas ele não tinha forças por causa da idade, por causa do temperamento dele. Agora, o Papa Francisco, o que eu acho que ele fez, ele teve a força necessária, o carisma, o dom de ao mesmo tempo ser um homem pastor, mas também um administrador.”, explica.
Sobre o futuro, Dom Pedro considera que o próximo pontífice conseguirá levar a frente o que foi feito por Francisco, mesmo sem o mesmo carisma. Sem citar nomes, o Bispo foi objetivo ao dizer que o Conclave tende a durar pouco, pois uma escolha será feita de maneira rápida. Enquanto isso, a Igreja Católica seguirá com seu planejamento.
Inclusive, Dom Pedro se prepara para apresentar o 9º Plano de Pastoral, inclusive com a publicação de uma carta pastoral que será dirigida para toda a Diocese em vista da atualização do Plano que servirá como planejamento para a evangelização, a coordenação dos trabalhos pastorais nas paróquias e comunidades.